São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Ministro arma 'rebelião' contra 'Bibi'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Após ter rejeitado um papel mais importante dentro do governo, o ministro da Infra-estrutura de Israel, Ariel Sharon, comanda uma campanha para facilitar uma eventual derrubada do premiê Binyamin "Bibi" Netanyahu.
Os líderes oposicionistas Shimon Peres e Moshe Shahal, do Partido Trabalhista, disseram ter conversado com Sharon sobre a possibilidade de reduzir de 80 para 61 o número de votos no Parlamento (cujo total é 120) exigido para derrubar o premiê.
Neste mês, Netanyahu preteriu o ex-general Sharon para a pasta das Finanças e um papel maior na condução do processo de paz com os palestinos. Ambos pertencem ao direitista Likud.
"Não há um processo adequado de tomada de decisões no governo, e são quase inexistentes consultas do primeiro-ministro com membros do gabinete que tenham uma contribuição a dar", afirmou Sharon à Rádio Israel.
"Se o premiê -não importa qual seja- souber que há maneira de os parceiros de coalizão colocarem-no em posição menos confortável, tenho certeza de que ele vai querer, ou ter de, consultar."
Sharon, 69, foi um dos comandantes da invasão do Líbano de 1982. Ele frequentemente se queixa de que Netanyahu, 49, não dá ouvidos aos membros mais experientes do governo sobre a paz com os palestinos.
Netanyahu foi o primeiro chefe de governo eleito por voto direto, assim com os deputados. Uma maioria simples (61 votos) pode derrubar o premiê e o Parlamento juntos. Sozinho, o primeiro-ministro só cai com 80 votos contrários. "Bibi" tem 66 deputados.
O jornal "Haaretz" disse que a idéia também foi discutida com membros do governista Likud, entre eles Dan Meridor, o ministro das Finanças que renunciou no mês passado dizendo não ter confiança em "Bibi".
Danny Naveh, secretário do gabinete, classificou de "claramente antidemocrático" o esforço para mudar a legislação.
Paz em crise
A crise com os palestinos também se agrava a cada dia. Em sua reunião semanal do gabinete, Netanyahu acusou ontem o comando das forças policiais palestinas de ter estar por trás de um suposto plano de atacar colônias judaicas de Nablus, Cisjordânia.
Na semana passada, Israel prendeu três membros da polícia palestina. A Autoridade Nacional Palestina disse que o coronel Jihad Masimi, chefe de Investigações Criminais de Nablus, seria interrogado, mas acusou Israel de fazer "propaganda" com o caso.

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