São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997![]() |
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Militares são força política
DA REPORTAGEM LOCAL O conflito surdo entre seculares e religiosos islâmicos na Turquia adquiriu nova dimensão nos últimos anos com a ascensão e queda de Necmettin Erbakan e seu Partido do Bem-Estar do poder.Nisso, foi ajudado pela divisão entre os principais agrupamentos seculares: os partidos da Mãe Pátria e do Caminho Verdadeiro. A vitória de Erbakan na eleição de 1996 colocou, pela primeira vez desde a fundação da Turquia moderna, um político abertamente religioso na chefia do governo. Essa mudança política teve o valor aproximado de um terremoto nas instituições turcas, já que a própria república fora fundada como uma reação à onipresença da religião no Império Otomano. O movimento de Erbakan para ampliar a influência da religião no país contou com a ativa oposição dos militares, responsáveis últimos pela queda de seu governo em 18 de junho deste ano. Para além da maior influência da religião, os militares temiam que o governo Erbakan colocasse em risco as posições da Turquia na Otan, o acordo estratégico com Israel e a influência turca nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central. Os temores militares fundavam-se, em parte, no flerte entre Erbakan e o Irã, primeiro país visitado pelo premiê e adversário dos EUA e, por tabela, da Otan. Em relação a Israel, a aliança é uma aposta estratégica na estabilização da região em torno de dois de seus pilares mais fortes. Texto Anterior: Istambul foi Nova Roma e sede imperial Próximo Texto: PACOTES PARA A TURQUIA Índice |
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