São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Itália quer ampliar parceria antimáfia

PF investiga agentes da Interpol na fuga de PC

LUCAS FIGUEIREDO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

A América do Sul -sobretudo o Brasil- está se tornando um local de referência para mafiosos italianos. Os motivos são dois: a parceria com redes de narcotráfico da região e a esperança de encontrar um refúgio dos problemas com a Justiça e a polícia da Itália.
"A colaboração entre as polícias italiana e brasileira -como entre as polícias italiana e sul-americanas- é muito importante porque a máfia é um fenômeno particularmente presente nessa parte do mundo", disse à Folha o vice-primeiro-ministro da Itália, Walter Veltroni.
O comentário foi feito durante passeio de Veltroni à feira de San Telmo, em Buenos Aires, onde esteve em viagem oficial até domingo passado.
O vice-presidente italiano elogiou o trabalho conjunto dos dois países, que está provocando um vertiginoso aumento do número de mafiosos presos no Brasil.
Ou seja, nos últimos seis meses a quantidade de mafiosos capturados no Brasil foi praticamente igual às prisões feitas nos últimos quatro anos.
"Acredito que essa colaboração entre os dois países poderá ser muito útil para debelar esse problema", disse o vice-primeiro-ministro italiano.
Veltroni não quis comentar apuração da Justiça e da polícia italiana, revelada pela Folha em março passado, sobre o envolvimento de Paulo César Farias, tesoureiro da campanha eleitoral do ex-presidente Fernando Collor de Mello, com a máfia. Veltroni disse que a luta contra a máfia na Itália deve acontecer, ao mesmo tempo, no âmbito criminal e social.
PF
A PF informou ontem que irá investigar a suposta participação de agentes brasileiros da Interpol na fuga de Paulo César Farias, caso confirme declarações à Justiça italiana do advogado argentino Luis Felipe Ricca.
Segundo a assessoria de imprensa do órgão, há três opções: sindicância, processo administrativo disciplinar ou investigação do caso no âmbito do inquérito já aberto para apurar as contas de PC que recebiam depósitos da máfia.

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