São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997![]() |
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'A coordenação é essencial', diz policial
ANDRÉ LOZANO; CLÁUDIA TREVISAN
"Queremos organizar uma mobilização nacional em torno da questão salarial dos policiais", disse o presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, Lourival Carneiro. "Essa coordenação é essencial, e deve ocorrer ainda este mês. Provavelmente, vamos nos reunir em Alagoas, onde foi dado o exemplo de como é possível o povo (referindo-se aos policiais rebelados) enfrentar as baionetas e conseguir arrancar um corrupto do poder", afirmou o presidente dos Sindicato do Policiais Civis de Alagoas, José Carlos Fernandes. "É preciso um movimento nacional para tentar fazer o governo estabelecer um programa nacional de segurança pública. Há necessidade de uma conduta para as polícias de todo o país. Não só em termos salariais, mas de armamento, de ensino etc", disse o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, Paulo Roberto Siquetto. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Crispiniano Daltro, participou da manifestação em São Paulo e afirmou que é crescente a integração entre lideranças de diferentes Estados. "É um problema nacional de segurança pública", afirmou. Daltro participou de manifestações em Minas Gerais, que foram o estopim da mobilização de policiais em outros Estados. A polícia está em greve em quatro Estados e negocia salários em outros quatro. O Exército é o responsável pela segurança em Pernambuco, Algoas e Mato Grosso do Sul. Em Alagoas, a polícia cercou a Assembléia Legislativa e provocou a queda do governador Divaldo Suruagy (PMDB). Ele pediu licença do cargo por seis meses e foi substituído pelo vice-governador, Manoel Gomes de Barros (PTB). Os policias estão sem receber salário há cerca de sete meses. A cidade de Recife teve um final de semana de tensão e vandalismo em função da ausência de policiamento. Postos policiais foram incendiados, carros depredados e ônibus assaltados. A situação só foi controlada com a chegada do Exército, que assumiu a segurança na cidade. Em Pernambuco, a PM e a Polícia Civil querem reajuste de 75%. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia vai participar da manifestação que está programada para o Rio na quarta-feira. Na semana retrasada, ele esteve em Manaus. O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, disse que a entidade se "solidariza" com o movimento e apoiará a coordenação nacional, com ações com a impressão de material. (ANDRÉ LOZANO e CLÁUDIA TREVISAN) Texto Anterior: Policiais querem que atos ganhem caráter nacional Próximo Texto: CUT apóia manifestações Índice |
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