São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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CUT apóia manifestações

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) apoiou o protesto por aumento de salário de policiais civis de São Paulo.
"Viemos apoiar os policiais civis porque, antes de participarem de uma estrutura que não os valoriza, são pais e mães de família, que merecem o nosso respeito", afirmou o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva.
"Se a categoria (dos policiais) é essencial, o seu salário também deve ser essencial", disse ontem Vicentinho. O presidente da CUT afirmou que viajou nos últimos dias para o Rio Grande do Norte, para a Paraíba e para Recife, onde conversou com líderes de policiais insatisfeitos com os salários.
"Ouvi uma mensagem única dessas lideranças: 'Estamos fazendo greve porque estamos sendo atingidos na nossa dignidade"', contou Vicentinho.
Vicentinho disse, em discurso em frente à Delegacia Geral de Polícia de São Paulo, na rua Brigadeiro Tobias (centro), antes de iniciar a passeata, que a CUT havia "tomado uma decisão histórica", anteontem.
"Ontem (domingo), durante o Congresso Estadual da CUT, nós tomamos uma iniciativa histórica no movimento sindical brasileiro -elegemos o presidente do Sindicato dos Investigadores de São Paulo (filiado à CUT), Lourival Carneiro, como um dos dirigentes da central em São Paulo", disse.
"Agora, ele (Lourival) poderá levar para a CUT o problema dos 'militares' (na verdade, dos policiais civis), para que não fiquem isolados", acrescentou.
O presidente da CUT disse que não há contradição em a CUT apoiar o movimento dos policiais civis porque "eles são funcionários públicos, que, como os outros, ganham pouco".
O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), José Rainha Júnior, também apoiou a passeata dos policiais civis, em discurso em seguida ao de Vicentinho.
"Nós vemos em cada um de vocês, um trabalhador, que quer proteger a cidade. Mas não dá para proteger a cidade de barriga vazia", afirmou Rainha.
"Queremos terra para trabalhar e, com isso, não criar filhos marginais que depois tragam problemas para vocês (policiais)", disse.

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