São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Galpão desaba e fere 123 em Minas

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O desabamento de um hangar desativado, durante a celebração de uma missa católica, deixou 123 feridos na noite de anteontem em Teófilo Otoni (451 km a nordeste de Belo Horizonte).
As informações são da Polícia Militar de Minas Gerais. As causas do acidente ainda são desconhecidas e estão sendo investigadas pela perícia da Polícia Civil mineira.
O pároco da catedral de Teófilo Otoni, padre Joel Ferreira da Silva, disse que cerca de 200 pessoas assistiam à missa.
Aos domingos, o local servia para a celebração de missas da paróquia do bairro, cuja igreja está em construção. No prédio, funcionava também um clube de mães e uma creche durante a semana.
Testemunhas disseram que, no início da missa, houve um estalo muito alto e, segundos depois, o telhado e duas paredes desabaram. Os fiéis ainda tentaram sair do local, mas muitos foram atingidos pelas telhas que caíam.
"Muitas pessoas se abaixaram junto aos bancos (da antiga igreja) e conseguiram se proteger", declarou o pároco.
Estado grave
Até as 17h de ontem, sete pessoas continuavam hospitalizadas, duas delas em estado grave.
Sâmara Cecília Costa, 14, sofreu traumatismo craniano e foi internada na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital Santa Rosália em Teófilo Otoni, junto com uma mulher identificada como Edna, 23, atingida na nuca por um objeto.
O padre Serafim Magalhães, que celebrava a missa, sofreu uma escoriação na testa e passa bem.
O quartel da PM fica a apenas 200 metros do local do acidente. Na hora do desabamento, às 18h40 de anteontem, cerca de 50 soldados se apresentavam para o turno noturno do policiamento.
O ônibus da banda da PM, que se preparava para uma apresentação, foi usado para transportar os feridos para cinco hospitais da cidade.
Hangar
Segundo a PM, o antigo aeroporto municipal deixou de funcionar há mais de dez anos e o hangar pertence à Prefeitura de Teófilo Otoni.
O assessor de imprensa da prefeitura, José Prado, disse que o prédio foi doado há quatro anos para a Associação Comunitária do Bairro São Jacinto, que transformou o hangar em um centro comunitário.
Há três anos foi feita uma reforma, com a substituição de madeiras podres da estrutura do telhado. O bairro, localizado na periferia da cidade, é habitado por pessoas pobres e oriundas da zona rural.

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