São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Demora de lista única pode provocar o desperdício de rins

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A demora na implantação da lista única de pacientes à espera de órgãos no Estado de São Paulo pode causar desperdício de rins, segundo o chefe da equipe de cirurgia de rins do Hospital das Clínicas (HC), William Nahas.
Como a Folha adiantou na edição do último sábado, a Central de Transplantes da secretaria ainda não conseguiu estabelecer e distribuir a listagem única de pacientes. Por causa disso, várias equipes de hospitais públicos e particulares não realizam transplantes desde o dia 7 de julho -data da implantação do esquema.
Tudo isso está ocorrendo porque a secretaria desmontou o antigo sistema e não criou um novo. Antes da lista, os órgãos eram distribuídos obedecendo a um rodízio de hospitais -que tinham total autonomia para escolher que paciente receberia o órgão.
Cada hospital tinha a sua própria lista e esperava sua vez. Após a mudança, as relações foram fundidas e agora o que vale é a colocação do paciente na lista única.
Segundo Nahas, "por causa da confusão, todos os doadores estão sendo encaminhados para o HC, que, em poucos dias, não terá condições de realizar todas as cirurgias". Ele deu um prazo de 15 dias para que comece a haver perda de órgãos. Segundo o médico, ainda não foi registrada nenhuma perda porque o número de doações caiu desde o início do ano.
A Secretaria da Saúde do Estado nega que esse risco exista e afirma que outras unidades também estão realizando transplantes de rins.
Segundo Maria Cecília Correia, chefe de Gabinete da secretaria, a lista já foi "colocada em prática e está funcionando normalmente".
Ela disse que, desde a implantação da lista, apareceram cinco doadores "viáveis". "O mesmo número de doadores que apareceu nos 15 dias anteriores à implantação da lista."
(LM)

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