São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Bovespa sobe 0,98% e investidor se retrai

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Passado o terremoto da semana passada, a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a oscilar ontem num padrão mais próximo do normal. Isso não significa, no entanto, que a crise de confiança deva ser considerada coisa do passado.
Essa é a avaliação de operadores e analistas, que preferem ver nessa relativa estabilidade uma espécie de ressaca que tomou conta dos investidores, depois da agitação dos dias anteriores.
Ou seja, ainda é cedo para concluir que o mercado já encontrou seu novo patamar de preços depois da onda de realização de lucros detonada pela crise asiática.
No final do dia, o Ibovespa, índice que acompanha as ações mais negociadas, registrava alta de 0,98% com relação a sexta-feira.
Um indicador que não pode ser desconsiderado é o volume de negócios no dia, que ficou em R$ 690 milhões, praticamente a metade do que o mercado costumava movimentar antes da turbulência.
Isso significa que muitos investidores preferiram ficar fora do mercado, aguardando para saber que rumo os preços devem seguir.
Mesmo porque os problemas com os países do Sudeste da Ásia não estão resolvidos.
Ontem mesmo o mercado brasileiro iniciou o dia já com a notícia de turbulência na região: um novo movimento especulativo contra a moeda indonésia, a rupia, que chegou a se desvalorizar quase 6% em relação ao dólar. A movimentação teve reflexos nas Filipinas.
Para Paulo de Sá, do Lloyds Bank, a volatilidade na Bolsa paulista deve continuar diminuindo.
"O mercado ainda vai ficar nervoso, mas aos poucos vai encontrando seu novo patamar, com alguns papéis começando a ficar com preços atrativos."
Ele diz que os fundos de investimento estão registrando saldo diário positivo, o que certamente terá impacto sobre as Bolsas.
A cautela dos investidores, no entanto, tem tudo para continuar, já que o mercado enfrenta nos próximos dias uma agenda cheia.
Hoje e amanhã o presidente do banco central dos EUA, Alan Greenspan, dá seu depoimento semestral ao Congresso, para falar sobre a economia do país.
Na quarta, além de Greenspan, os investidores vão ficar atentos à reunião em Brasília do Copom, que vai definir as taxas básicas de juros para agosto.

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