São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Farah recua, mas 'pequenos' se opõem FÁBIO VICTOR FÁBIO VICTOR; MARCELO DAMATO
Uma semana após propor uma nova fórmula para o Campeonato Paulista, reunindo os 48 clubes das séries A-1, A-2 e A-3 num único torneio, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, disse ontem à Folha que "está inclinado" a voltar atrás. Farah disse que imaginou a fórmula de disputa para "combater o desemprego no futebol" -boa parte dos clubes não tem atividade no segundo semestre. Mas acrescentou que deve desistir dela para não misturar de novo as séries A-1, A-2 e A-3. "Deu um trabalho danado separar esse bolo." O dirigente anunciou duas decisões: está suspensa a reunião da quarta-feira, e Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos só entram na segunda fase do Paulista-98. "Só mudo o regulamento se os clubes fizerem um pedido por escrito para mim", disse, indicando a porta para uma nova reviravolta. A nova fórmula conta com o apoio da maioria dos clubes paulistas, os quatro grandes e os das séries A-2 e A-3. Opõem-se a ela os clubes pequenos da A-1 (leia texto abaixo). América Disputou a Série A-1. Acha que a nova fórmula seria a salvação do futebol brasileiro. Não se considera prejudicado nem beneficiado. Diz que iria disputar a série A-2 e poderia voltar para a A-1. Não propôs mudanças à proposta de Farah. Acha que o torneio seria rentável e fortaleceria o futebol de São Paulo. Araçatuba Disputou a Série A-1. Opõe-se ao inchaço, pois acha que fere a moralidade conquistada em campo. Diz que seria prejudicado. Acha não haveria interesse de patrocinadores em investir e que a proposta só fortalece os quatro grandes. Bandeirantes Disputou a Série A-3. Diz que a proposta é uma revolução no Estado, mas que não altera a situação do clube. Vai propor que todos os times da A-1 estréiem em janeiro, como os 7 que estão disputando o Brasileiro. Acha que será rentável. Barbarense Disputou a Série A-3. Acha que seria bom para os clubes da A-2 e da A-3, que vão poder enfrentar os clubes grandes. Considera-se beneficiados. Afirma que será rentável desde que entrem as TVs. Botafogo Disputou a Série A-1. É a favor do inchaço e acha que foi favorecido, pois estaria na série A-2 em 98 e só poderia voltar a A-1 em 99. Acha que será rentável, pois um novo contrato com as TVs deve ser fechado, e a disputa regional interessaria ao torcedor. Bragantino Disputou a Série A-2. Acha a idéia de Farah "justa" e sente-se beneficiado, "no bom sentido do termo", segundo o presidente Sydnei Machado. Diz que o torneio só será rentável se as TVs divulgarem. Comercial Disputou a Série A-2. Apóia a proposta e diz que seria favorecido, pois o torneio é mais atrativo do que o Brasileiro da Série C, que seria disputado pelo clube neste semestre. Corinthians Disputou a Série A-1. Não se manifestou oficialmente em relação à proposta. Corinthians (Presidente Prudente) Disputou a Série A-2. É favorável parcialmente, pois achou a proposta muito extenso, com muito gasto. Considera-se favorecido. Vai propor reduzir a duração para seis meses e o número de clubes para 20. Acha que o campeonato não seria rentável, mas que a proposta fortalece SP. Fernandópolis Disputou a Série A-3. É favorável e diz que foi favorecido. Afirma que o torneio seria rentável pois irá atrair mais torcedores. Ferroviária Disputou a Série A-2. É favorável, e considera-se favorecido, pois disputaria a A-3 em 98. Acha que o torneio seria rentável, porque "devem ser garantidas cotas para os times". Francana Disputou a Série A-2. Apóia a proposta e diz-se favorecido, pois "o calendário é mais organizado que o da Série C do Brasileiro". Garça Disputou a Série A-3. Defende a nova fórmula, por achar que daria mais oportunidade aos times do interior. Considera-se favorecido -com a regionalização, teria menos despesas. Guarani Disputou a Série A-1. Disse que não poderia falar sobre o campeonato, pois havia tido a informação de que a proposta seria cancelada. Internacional (Bebedouro) Disputou a Série A-3. É favorável à idéia de Farah e diz-se favorecido, pois não esperava jogar neste semestre. Internacional (Limeira) Disputou a Série A-1. Acha que não seria um bom campeonato, pois "está fora da realidade". Considera-se prejudicado, pois diz ter feito investimentos e poderia ficar fora da principal fase do torneio. Quer assegurar a participação junto aos grandes. Acha que o torneio não seria rentável e que enfraqueceria os times do interior, pois "nossos estádios são grandes e não se sustentam apenas com jogos regionais". Ituano Disputou a Série A-2. É favorável, pois acha que a proposta mantém as atividades dos clubes por um maior período. Diz que o torneio só seria rentável se houvesse um esquema de sustentação financeira para os clubes. Jaboticabal Disputou a Série A-3. Apóia a proposta e considera-se favorecido, pois disputaria um campeonato somente em março de 98. Diz que o novo Paulista seria rentável, desde que sejam estabelecidas cotas para os clubes pequenos. Juventus Disputou a Série A-1. É contrário à proposta e considera-se prejudicado, pois "já desfizemos o time e temos que formar um novo às pressas". Lousano Paulista Disputou a Série A-2. Acha que seria "um bom campeonato, porque não deixa as equipes menores sem jogar no segundo semestre". Considera-se favorecido, pois "poderemos jogar no segundo semestre e quem sabe enfrentar clubes grandes." Lusa Disputou a Série A-1. Não foi ouvida sobre a proposta. Matonense Disputou a Série A-2. É contra a proposta e diz que seria prejudicado, pois já tinha garantido em campo uma vaga na Série A-1. Caso fosse aprovado o novo regulamento, não enfrentaria os quatro grandes no início. Mauense Disputou a Série A-3. É contra, por achar que acabaria com o planejamento dos clubes que subirem. Por outro lado, acha que foi favorecido, porque "estávamos em outra divisão, subimos sem ter de ganhar e podemos chegar a jogar com times grandes no ano que vem". Mirassol Disputou a Série A-3. É favorável "em termos" e considera-se prejudicado, pois disputa o quadrangular da A-3, agora "esvaziado". Propõe que a fórmula seja adotada em 1999. Mogi Mirim Disputou a Série A-1. É contra e diz-se prejudicado, pois já está na série A-1 e não precisaria fazer um "peneirão" para disputar com os grandes. Nacional Disputou a Série A-3. É favorável, alegando que "vai beneficiar times de verdade, não de empresários, que formam equipes por três ou quatro meses". Diz-se favorecido, pois iria ficar parado por seis meses. Noroeste Disputou a Série A-2. É a favor e diz-se favorecido, "porque a temporada maior dá mais bilheteria". Novorizontino Disputou a Série A-2. Acha a proposta "horrível, uma forma branca de rebaixar todos os times do interior para a quinta divisão". Vai propor um campeonato agora com os times da A-1 e da A-2. Olímpia Disputou a Série A-3. Apóia a proposta. Acha que o torneio seria rentável, pois o clube poderia jogar neste semestre. Palmeiras Disputou a Série A-1. Considera o calendário adequado aos clubes grandes. Acha que será um campeonato rentável, como todos os outros. Paraguaçuense Disputou a Série A-2. Afirma que a proposta "é boa e e não é", pois não teria condições financeiras de começar um novo campeonato neste mês. Mas se considera favorecido. Ponte Preta Disputou a Série A-2. Acha que será um "bom campeonato" e diz-se favorecido, "no bom sentido, pois poderá enfrentar os grandes". Portuguesa Santista Disputou a Série A-1. É contra e sentiu-se prejudicado, pois "sem os grandes na fase classificatória a desmotivação é total". XV de Jaú Disputou a Série A-2. Elogiou a proposta de Farah, porque aumentaria a atividade dos clubes do interior. XV de Piracicaba Disputou a Série A-2. Acredita que o novo campeonato seria mais rentável do que o de costume, mas apóia em termos a proposta. Rio Branco Disputou a Série A-1. Criticou o inchaço por julgar que seu direito (disputar com os times grandes) foi cassado. Rio Preto Disputou a Série A-3. Defendeu a idéia porque "ela inova e chamaria atenção da torcida". Considera-se favorecido, porque as despesas caem e as chances de enfrentar um time grande crescem. Santo André Disputou a Série A-2. Chamou a proposta de Farah de "moderna", porque "as oportunidades para os clubes ficavam restritas". Santos Disputou a Série A-1. Disse que, "em princípio", considera boa a proposta de manter em atividade os clubes pequenos durante o segundo semestre. Mas afirmou que só emitirá opinião depois de receber o projeto e analisá-lo detalhadamente. São Bento Disputou a Série A-3. Acha que seria favorecido no novo campeonato, pois "teríamos chances mínimas de voltar para a divisão especial". Defendeu a inclusão de mais dois clubes -de 48 para 50. São Caetano Disputou a Série A-3. Considera a reforma revolucionária, pois daria "condição para todos os clubes se encontrarem e disputarem". Acha que os grandes patrocinadores vão aparecer aos poucos. Sãocarlense Disputou a Série A-2. Admite que o clube foi favorecido, pois vai gastar menos em viagens e ter as chances ampliadas de sucesso. Pediu que a Federação estude a mesma fórmula para o Campeonato Paulista de Juniores. São José Disputou a Série A-1. Acha que o plano de Farah é bom, porque mantém o time em atividade por mais tempo. Considera que o torneio fortalece rivalidades regionais "que estavam esquecidas" -o que tenderia a levar mais público aos estádios e garantir mais renda aos clubes. São Paulo Disputou a Série A-1. Diz que precisa analisar melhor o assunto para dar opinião. De qualquer forma, afirmou que não era o caso de dizer sim ou não para a nova fórmula. Acha que na próxima reunião sobre o assunto, o São Paulo e os outros times precisam discutir item por item e, se necessário, promover alterações. Sorocaba Disputou a Série A-3. Ficou satisfeito, pois, "para os pequenos, dá uma chance de brigar pelo título". Taubaté Disputou a Série A-3. Acha o inchaço "excelente, revolucionário". Com o fim da série A-3, o clube havia desmanchado a equipe. Com o novo campeonato, prevê, seria possível gerar cerca de 4.000 empregos -o que, diz, beneficiaria todos os times. União São João Disputou a Série A-1. Promete votar contra a idéia. Acha que foi prejudicado, porque, "depois de tanto ter lutado e investido para jogar com os grandes times no campeonato", corre o risco, na nova fórmula, de não jogar a fase principal do campeonato. Acha que planos "mirabolantes" não deveriam ser adotados. União de Mogi das Cruzes Disputou a Série A-3. Não foi ouvido pela reportagem. Texto Anterior: Kuerten e Meligeni avançam em duplas Próximo Texto: Oito criticam nova fórmula Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |