São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Brasil recebe Shaquille O'Neal, jogador-ator-cantor-dançarino

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

Uma mistura de rap e basquete é o que Shaquille O'Neal vai apresentar no Brasil, em setembro. Os shows serão parte de uma turnê internacional em que o pivô dos Lakers pretende mostrar ao mundo um lado que poucos conhecem.
"As pessoas vão poder ver meu lado artístico, que quase ninguém, fora dos Estados Unidos, sabe que existe", explicou o jogador.
Fundador da gravadora The World Is Mine (O Mundo É Meu, em português), O'Neal tem lançado discos de rap que "desaparecem" rapidamente das prateleiras das principais lojas de CDs norte-americanas.
Seu primeiro álbum, por exemplo, o "Shaq Diesel", aproxima-se do primeiro milhão de unidades vendidas. Segundo a Jive Records, empresa responsável pelo seu lançamento, já foram vendidos 861 mil álbuns.
"You Can't Stop the Reign", disponível no mercado norte-americano desde novembro do ano passado, vendeu cerca de 200 mil.
Aproveitando o final da temporada da NBA, a liga de basquete profissional norte-americana, é hora, portanto, de o mundo conhecer o "outro lado" de um dos principais destaques esportivos dos Estados Unidos.
"Quero ver o que os asiáticos e os latinos pensam do meu trabalho fora das quadras, porque, do basquete, sei que eles gostam."
No Brasil, O'Neal fará apresentações na segunda semana de setembro, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Para atrair o público brasileiro, como não poderia deixar de ser, haverá um joguinho de basquete.
"Ninguém ficaria satisfeito se eu fosse só cantar e dançar. Sei que o pessoal quer me ver jogar. Foi por isso que decidi unir os dois, a música e o esporte."
Os espetáculos da turnê começarão com um jogo de basquete, com a presença do próprio O'Neal, cujo time será completado por outras estrelas da NBA. Sua equipe enfrentará um adversário local.
Depois do jogo, será exibido um vídeo contando a carreira do pivô.
Em seguida, dois conjuntos de rap irão se apresentar e, para terminar, o público poderá ver Shaquille cantando e dançando rap durante cerca de 20 minutos.
Outra atração será a participação da platéia, que poderá concorrer a prêmios disputando torneios de arremesso de bola ao cesto.
Rap e samba
Desde o início de sua adolescência, O'Neal diz que sonhava em participar do mundo cultural. "Não sabia direito se seria como ator, dançarino, cantor", afirmou. "Mas sempre gostei de assistir a apresentações de rap e passava horas diante do espelho imitando meus artistas favoritos."
Além de cantar e dançar, Shaquille também compõe. "Tenho assistentes que me ajudam na composição, mas o fato é que eu adoro dar idéias, porque várias das músicas falam de mim, da minha realidade de vida."
A turnê, que deverá também passar por Coréia do Sul, Filipinas, Hong Kong, Tailândia, Indonésia e Porto Rico, entre outros lugares, será uma oportunidade para Shaquille aprender um pouco sobre outras culturas.
"É uma chance que eu tenho para conhecer melhor o som e o estilo musical que outros países, alguns dos quais nos parecem exóticos até, estão produzindo."
No Brasil, por exemplo, Shaquille espera ter contato com um grupo de sambistas. "Sei que os brasileiros são muito musicais e sabem se exprimir bem cantando ou dançando. Quero ver um pouco da cultura de vocês."
Para O'Neal, o fato de o Brasil, assim como os Estados Unidos, ter sofrido influência da cultura africana explicaria a musicalidade do país.
"No Brasil, o povo nasce sambando. Nos Estados Unidos, o afro-americano mostra seu talento com o rap, que pratica nas ruas, como eu fiz, desde criancinha, e com o basquete. É o que vou apresentar no Brasil", explicou.
O jogador dos Lakers, que foi medalha de ouro pela seleção norte-americana na Olimpíada de Atlanta, no ano passado, aproveitará a visita para se encontrar com o brasileiro Oscar.
"Ele é um grande jogador e um grande homem. Nós o respeitamos muito nos Estados Unidos. Quero saber o que ele acha do meu show", disse.

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