São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Condenados etarras por tramar morte do rei

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Três membros do ETA, grupo separatista basco, foram condenados ontem a até 37 anos de prisão por planejar matar o rei Juan Carlos, da Espanha, em 1995.
Os etarras Juan José Rego Vidal, Ignacio Rego Sebastián, seu filho, e Jorge García Sertucha foram considerados culpados de crime contra a Coroa, de pertencer a grupo armado e de terrorismo com armas de guerra e com explosivos.
Dois deles -Juan José e García- confessaram ter alugado um apartamento na ilha de Mallorca (Mediterrâneo), de onde podiam ver o iate em que estava o rei espanhol. Eles planejavam matar Juan Carlos com disparos de um rifle de precisão.
García disse que esteve com o rei sob sua mira por três vezes -só não disparou porque a rota de fuga ainda não estava completamente arquitetada. O atentado seria efetuado no dia 13 de agosto. Os três foram detidos quatro dias antes.
Ignacio foi condenado a 35 anos de prisão. García e Juan José, a 37 anos. Estes dois descreveram Juan Carlos, o príncipe Felipe (herdeiro do trono) e o primeiro-ministro José María Aznar como "alvos prioritários" do ETA (Pátria Basca e Liberdade, em basco).
O grupo matou mais de 800 pessoas nos quase 30 anos de luta pela independência do País Basco, região na fronteira do norte da Espanha com o sudoeste francês.
A condenação ocorreu uma semana depois de o povo espanhol tomar as ruas do país para protestar contra os terroristas.
Mais de 6 milhões de pessoas participaram de manifestações deflagradas pelo assassinato do vereador Miguel Angel Blanco.
No último dia 10, o vereador basco do Partido Popular (liderado pelo premiê Aznar) foi sequestrado pelo ETA, que deu prazo de 48 horas para que presos ligados ao grupo fossem transferidos para prisões do País Basco. Dois dias depois, o vereador foi achado com dois tiros na cabeça. No dia seguinte, sua morte foi declarada.
Além dos protestos, os separatistas viram aumentar a oposição a eles. Autoridades francesas e espanholas se reuniram ontem e prometeram cooperar na luta contra os terroristas.
Simpatizantes do grupo terrorista foram agredidos ontem em San Sebastián, região basca, enquanto realizavam uma marcha.
Os separatistas acusavam o governo espanhol pela morte de Juan Carlos Hernando, membro do ETA que estava preso em Albacete, centro da Espanha. Hernando foi encontrado ontem enforcado em sua cela. Segundo o Ministério do Interior, foi suicídio.
Pouco antes dos choques, duas granadas explodiram perto de uma delegacia em Oviedo, norte da Espanha. Uma mulher ficou ferida. Segundo autoridades, o atentado foi obra do ETA.

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