São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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'Vamos deixar a poeira abaixar'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PPB adotou a tática de "deixar a poeira abaixar" para depois discutir a situação do presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), Amílcar Gazaniga. A Folha apurou que o governo vai manter Gazaniga no cargo para evitar desgaste com o partido.
Em entrevista nesta semana, o ministro Sérgio Motta criticou Gazaniga e afirmou que iria tirá-lo do cargo. O presidente da ECT foi indicado pelo senador Esperidião Amin (SC), presidente do PPB.
"Vamos deixar a poeira abaixar e discutir a situação com o partido quando ele (Gazaniga) melhorar de saúde", disse Amin. Ele mudou o discurso crítico que anteontem tinha contra o governo.
Indagado se havia sido procurado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ou por representante do governo para conversar sobre o problema, Amin respondeu: "É possível. Não posso falar".
Gazaniga se recupera de uma pneumonia em sua casa, em Camboriú (SC). Ele afirmou ontem que não havia colocado seu cargo à disposição do ministro Motta.
"Antes de tomar uma decisão preciso conversar pessoalmente com o ministro e me reunir com o PPB", disse o presidente da ECT.
O presidente da ECT chegou a elogiar a "cordialidade" de Sérgio Motta. "Não vou desconsiderar o que aconteceu, mas não vou relegar a um plano secundário o relacionamento cordial que sempre tive com o ministro", afirmou. Ele disse que irá a Brasília no fim desta semana para resolver o problema.

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