São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997 |
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Professor deixa de usar pulmão artificial
ROGERIO SCHLEGEL
Até as 17h de ontem, Castro ainda estava desacordado, mas seu estado de inconsciência era cada vez menos profundo. Ele balbuciou algumas sílabas e mudou a expressão do rosto ao ser tocado no braço. O diretor clínico do hospital, José Osmar Medina Pestana, chamou seu estado de "confuso". O professor era mantido inconsciente por sedativos, para evitar a reação natural do organismo ligado ao respirador artificial, como acessos de tosse. Esses medicamentos foram suspensos anteontem e havia expectativa de que ele pudesse despertar ontem. Embora tenha sofrido traumatismo craniano, tudo indica que Castro não teve lesão cerebral grave. Os médicos esperam que saia progressivamente do atual estado de confusão e que em 48 horas possa conversar de forma relativamente normal. Os tímpanos do professor foram perfurados na explosão da bomba a bordo do Fokker-100 e agora ele ouve com dificuldade. Problema no pulmão O maior problema do professor é o pulmão direito, que foi perfurado por uma costela que se partiu no atropelamento. Houve formação de líquido no órgão, conhecida como derrame, já contornada. Na manhã de ontem, o professor foi "desentubado" -teve os tubos do respirador artificial desconectados de seu pulmão- e durante o dia reagiu bem à retomada da respiração natural. O Hospital São Paulo espera que possa deixar a UTI dentro de dois ou três dias. Castro continua correndo risco de vida e tem as principais funções vitais, como os batimentos cardíacos, monitoradas por aparelhos, segundo informou a assessoria do hospital. O escritório do advogado Tales Castelo Branco, que representa Castro, informou ontem que não tinha novidade para a defesa do professor. Ele é tido como suspeito pela Polícia Federal, que admite não ter prova material ou pista concreta para indiciá-lo no inquérito do caso. Texto Anterior: Desconhecimento aumenta risco Próximo Texto: Estado de saúde de Castro Índice |
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