São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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Juro e dólar recuam no mercado futuro

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma segunda-feira de poucos negócios, o mercado financeiro parece ter se decidido ontem pelo otimismo. Enquanto a Bovespa disparava para fechar com alta de 8,36%, juros e dólar caíam nos mercados futuros.
Contribuiu para melhorar o ânimo dos investidores o discurso do presidente do Fed, Alan Greenspan, sinalizando que não pretende mexer na política monetária dos EUA, ao menos não por ora.
Além disso, operadores e analistas ouvidos pela Folha destacaram a relativa tranquilidade dos mercados asiáticos como um dos pontos positivos no dia.
Copom
Para fechar esse cenário, falta o Copom decidir hoje reduzir os juros básicos para agosto. A maioria dos analistas, no entanto, considera que a hipótese mais provável é a de manutenção das taxas.
Outro indicador positivo foi o bom volume negociado, que encerrou o dia em R$ 1,262 bilhão.
Felipe Xavier, chefe da mesa de renda variável do BBA Creditanstalt, diz que muitos interessados em vender conseguiram sair do mercado na semana passada.
Para reforçar a tese, ele cita a média de volume diário negociado entre terça e sexta-feira, que ficou em US$ 1,362 bilhão.
"Esse volume grande nos dias de queda demonstra que os vendedores tiveram chance e conseguiram vender", diz Xavier.
Ele considerou "saudável" também o fato de o mercado ter operado ontem praticamente todo o período com valorização.
Para ele, o tamanho da alta não foi surpresa: "A Bolsa era uma mola com uma pressão forte comprimindo (a oferta de papéis dos interessados em vender). Quando essa força cessou, deu um pulo".
Flávio Menezes, responsável pelos fundos do banco Patrimônio, diz acreditar que o mercado de ações tende a se acalmar.
Para ele, a oscilação forte das cotações é uma coisa "normal" e não altera a sua análise sobre o estado da economia brasileira, mais relevante para um investidor.
"Continuamos com a mesma cabeça de alguns meses atrás, mesmo porque os fundamentos não mudaram", avalia Menezes.
Ele considera ainda que os saques dos fundos de renda variável não foram expressivos e em alguns casos houve saldo positivo.

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