São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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'Som de placa supera chip que vai trazer essa função', diz Sim

MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL

Sim Wong Hoo, presidente e fundador da Creative Technologies, dona da Creative Labs, líder mundial na venda de kits multimídia, inventou a placa de som para os micros pessoais.
Para esse engenheiro e empreendedor, digitalizar sons passou a ser uma obsessão no início da década de 80. Músico amador, gosta de tocar piano e gaita, quando tem tempo. Sua visão era transformar um computador que pudesse falar e tocar música, além de fazer cálculos e escrever textos.
Em entrevista por telefone, Sim (em Cingapura, o primeiro nome é o sobrenome), falou sobre como sua empresa tornou-se líder mundial. A seguir, alguns trechos da entrevista.
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Folha - Como a placa de som Sound Blaster tornou-se um padrão internacional para computadores pessoais tipo PC?
Sim Wong Hoo - A principal razão para termos conseguido tornar a placa de som um padrão no mercado foi trabalhar em conjunto com a maioria dos fabricantes de programas para computador.
Hoje, todas as placas do mercado são compatíveis com a placa de som da Creative Labs.
Folha - Como surgiu a idéia de criar um kit, juntando sua invenção -a placa de som- e um leitor de CD-ROM, para transformá-lo em um produto tão popular?
Sim - A idéia surgiu em 1991, quando a Microsoft (maior fabricante mundial de programas para micros pessoais) procurava uma solução para dar ao computador uma função multimídia. Nós queríamos isso há muito tempo.
Fomos um dos primeiros fundadores do Consórcio de Multimídia. Eu participava do comitê, e o primeiro kit que surgiu no mercado foi o kit Sound Blaster com nossa placa de som e um CD-ROM drive (leitor de CD). Nossa empresa foi a primeira a vender esse kit em todo o mundo em 1989.
Folha - O senhor se sente confortável, liderando 60% do mercado na venda mundial de placas de som?
Sim - Já vendemos 45 milhões de placas de som. Já detivemos 70% do mercado em 1993, mas surgiram concorrentes, e perdemos 10% da fatia.
Folha - Como está sua empresa em relação à concorrência, hoje?
Sim - Nossos concorrentes são muito fracos em relação à Creative Labs. Estamos estabilizados. Nossa preocupação não é ganhar mais espaço no mercado, mas fazer com que nossos clientes, os donos dos computadores, gostem dos nossos produtos.
Isso faz com que o mercado ande por si só independente.
Folha - Com o advento dos novos chips (cérebro do computador) e dos dispositivos de som na placa principal -dispensando praticamente a placa de som-, a Creative Labs não tem medo de perder seu produto principal?
Sim - Ainda não existe nenhuma placa principal de computador com desempenho semelhante ao de uma placa de som. As placas de Pentium MMX ainda têm um som muito básico.
Folha - Quanto a Creative Labs investe em tecnologia?
Sim - Investimos 3% do nosso faturamento, que no ano passado foi de US$ 1,3 bilhão.
No ano passado, sua empresa teve prejuízo de US$ 37 milhões. Qual é o objetivo para este último ano fiscal, concluído agora no dia 30 de junho?
Sim - Os resultados ainda não foram divulgados, mas esperamos recuperar o prejuízo e lucrar.

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