São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Protesto em 16 Estados pode reunir 70 mil pessoas

DA REDAÇÃO

Manifestações programadas para hoje em pelo menos 16 Estados do país esperam reunir 70 mil pessoas em protesto contra o governo de Fernando Henrique Cardoso e governadores. Sem-terra, moradores sem-teto, trabalhadores sem-emprego e outras categorias agregadas devem se juntar a policiais civis e militares em greve ou protestando por aumentos.
Se vingar, o ato "Abra o Olho, Brasil", como foi batizado, será o maior do gênero na gestão FHC. As manifestações são encabeçadas pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O governo federal adotou a estratégia de não deixar transparecer preocupação. "Está tudo tranquilo", disse o presidente FHC, ontem, no Palácio do Planalto. O ministro Iris Rezende (Justiça) disse que "os limites legais" é que vão estabelecer a atuação do governo federal. "O governo não está de férias, está sempre atento. O governo existe para manter a ordem."
Estão previstas manifestações em pelo menos 16 capitais e bloqueio de estradas em pelo menos seis Estados. Curitiba, São Luís e Belo Horizonte podem ficar sem transporte.
São Paulo, que sediará o ato principal, poderá reunir 15 mil pessoas na av. Paulista. Uma marcha formada por cerca de 1.200 sem-teto saiu ontem da Fazenda da Juta em direção à av. Paulista, onde o pico das manifestações deve ocorrer às 17h.
O governador paulista, Mário Covas (PSDB), vai colocar cerca de 6.000 policiais militares nas ruas de São Paulo para acompanhar o ato. O trânsito terá esquema especial na região da av. Paulista.
Também em São Paulo, policiais civis decidem hoje se entram em greve por aumento. A assembléia da categoria terá início às 14h.
No Rio, policiais civis participarão do ato "Abra o Olho, Brasil" para protestar contra o governo. A intenção é reunir numa passeata, que irá da Candelária à Cinelândia, pela avenida Rio Branco (centro do Rio), de 15 mil a 20 mil pessoas. Sem-teto, ferroviários, metroviários, funcionários públicos e artistas deverão participar do ato.
Em Pernambuco foi aumentado de 605 para 1.030 o número de militares encarregados de fazer o patrulhamento.
Em Alagoas, o governo decidiu pagar hoje hoje pelo menos 1 dos mais de 6 salários atrasados dos 11.881 policiais civis e militares do Estado na tentativa de esvaziar a manifestação.
No Rio Grande do Sul, manifestantes ligados aos sem-terra, sindicatos e entidades estudantis entraram em confronto com PMs na frente da Assembléia Legislativa, em Porto Alegre. Três pessoas ficaram feridas no confronto.

LEIA MAIS sobre a crise social da pág. 1-5 à 1-13

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