São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Para Miranda, CPI cumpriu seu papel

DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Gilberto Miranda (PFL-AM) afirmou que está "aliviado". Para ele, a CPI dos Precatórios acabou e cumpriu seu papel.
Autor das emendas que suprimiram do relatório final os nomes do prefeito Celso Pitta, de São Paulo, e dos ex-prefeitos Paulo Maluf (São Paulo) e Celso Giglio (Osasco), Miranda nega que a CPI tenha "acabado em pizza".
"Onde já se viu dizer que uma investigação, que levou ao fechamento de 15 instituições financeiras, não tenha dado em nada; tenha terminado em pizza", declarou o senador.
Miranda se refere à liquidação extrajudicial de 15 instituições (bancos, corretoras e distribuidoras) decretada pelo Banco Central, em fevereiro.
"Apresentei os votos porque todo mundo sabia que aquilo era uma perseguição contra São Paulo. Os títulos da prefeitura foram pedidos em 94, não teve intermediários nem teve comissão e os precatórios existiam", disse o senador pefelista.
Ele citou como exemplo de perseguição 36 negociações que foram consideradas lesivas aos cofres paulistas. "Todas foram feitas pelo Banco do Brasil. Não acredito que o BB tenha lesado São Paulo."
O senador reforça, ainda, que a CPI foi aberta para investigar a "autorização, emissão e negociação de títulos em 95 e 96". "Quem não estiver contente e quiser investigar São Paulo que peça nova CPI que abranja 94."
Miranda pondera, entretanto, que o BC cometeu um "erro brutal" por não ter visto que os precatórios de Alagoas e Pernambuco eram "frios".
Por ter sido relator do pedido de emissão de títulos para o pagamento de precatórios (dívidas judiciais) em 94, Miranda afirma que conhecia bem o processo.
"O relator (Roberto) Requião (PMDB-PR) trabalhou muito e seu relatório foi bem feito, mas tinha excessos. O que fizemos foi tirar esses excessos."
Segundo Miranda, os senadores não estão lá para "encobrir ninguém". "Mas, se há quadrilhas, quem tem de dizer é o Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia Federal, não nós."

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