São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Concessionária reduz compra de carro

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o início deste mês, os revendedores de veículos estão reduzindo o volume de carros encomendados às montadoras, afirma Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, a associação das concessionárias.
A decisão de suspender pedidos é provocada pela queda de vendas registrada nos últimos três meses e pelo grande aumento do número de carros em estoque.
"Os revendedores estão sem recursos para efetuar novas compras", diz Reze.
A redução das compras já provoca aumento do estoque de carros nas fábricas, afirma o presidente da Fenabrave, sem divulgar números. O estoque nas concessionárias, que era de 108 mil carros no final de junho, subiu para 115 mil no dia 20.
O panorama para este mês não é animador. O presidente da Fenabrave calcula que a venda de automóveis no varejo cairá pelo terceiro mês consecutivo. "As concessionárias vão vender 10% menos do que em junho", afirma. No mês passado, comercializaram 135.316 automóveis.
O estoque deve chegar a 119 mil veículos no final de julho. Mas Reze garante: parte do encalhe -11 mil unidades- vai ficar no pátio das montadoras.
Redução de preços
Na avaliação das concessionárias, as montadoras têm duas opções para enfrentar a queda do mercado: produzir menos ou reduzir preço.
Durante reuniões realizadas no início da semana, representantes das associações de revendedores da Volkswagen, Fiat, GM e Ford decidiram pressionar os fabricantes para diminuir os preços de tabela. As negociações serão realizadas marca por marca.
"É preciso reduzir os preços. Não há nenhum produto que não seja vendido atualmente com desconto", diz Reze.
A queda de preços deve começar com o carro "popular", afirma Reze. Segundo ele, não há justificativa para o modelo ter aumentado de US$ 7.250, em 93, para os atuais R$ 12 mil.
"Se o preço não cair, as concessionárias podem não retirar mais carros das fábricas", adverte.
A redução de preços, explica Reze, deve ser definida marca por marca, modelo por modelo. Mas deve ficar entre 3% e 12%, faixa de descontos concedida atualmente pelas revendas.
Se as montadoras concordarem em diminuir preços, a diferença não será repassada totalmente para o consumidor. "A rede precisa recuperar parte das suas margens", diz.

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