São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
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Protesto em SP reúne 'excluídos' contra governo FHC e o Plano Real

DA REDAÇÃO

Pesquisa Datafolha realizada ontem junto aos manifestantes que participaram do protesto "Abra o Olho, Brasil", na cidade de São Paulo, mostra que a grande maioria reprova o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real.
Para 85% dos entrevistados, a administração de FHC é "ruim/péssima" -14% avaliam o presidente como "regular" e apenas 1% aprova sua gestão.
O Plano Real, base da política econômica de FHC, foi considerado ruim por 81% dos entrevistados e bom por 16%.
Foram entrevistadas 434 pessoas que participaram das manifestações em São Paulo. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.
Os manifestantes também disseram ser favoráveis à ocupação de terras para a reforma agrária (80% apóiam totalmente, e 15%, em parte) e à invasão de prédios públicos para pressionar o governo (60% totalmente, e 17% em parte).
As duas estratégias são adotadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para pressionar o governo pela realização da reforma agrária.
A grande maioria também afirmou ser favorável a uma greve geral de todas as categorias (85% apóiam totalmente, 10%, em parte, e 5% são contra), proposta feita pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) durante o ato.
O MST e a CUT foram as duas principais entidades responsáveis pelas manifestações de ontem em 20 Estados do país.
Os movimentos dos policiais por melhores salários também são defendidos pelos manifestantes -63% apóiam totalmente, 25%, em parte, e 11 são contra.
Perfil
As principais categorias presentes à manifestação foram sem-teto (13%), sem-terra (13%), professores (9%), servidores públicos (9%) e integrantes da UNE e CUT (5% cada). Os homens predominaram: 62%, contra 38% de mulheres.
O partido de preferência dos entrevistados é o PT (76%), ligado aos movimentos que organizaram o protesto de ontem. Em seguida vêm outros partidos de esquerda -o PC do B (6%) e o PSTU (4%).
Apenas 1% dos manifestantes tem preferência pelo PSDB, partido do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A grande maioria dos manifestantes diz que foi ao ato em função dos problemas do país (82%). Outros 6% afirmaram que foram motivados por seus problemas pessoais, e 11% consideram que as duas coisas pesaram na decisão.

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