São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
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Aposentadoria é motivo de protesto

Motorista desvincula ato de CUT e sem-terra

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas que paralisaram ontem por cerca de cinco horas as rodovias Dutra, Régis Bittencourt e Fernão Dias dizem que o movimento não teve qualquer relação com o ato "Abra o Olho, Brasil".
"Os sem-terra e a CUT pegaram carona na nossa manifestação, que já estava sendo organizada havia meses", disse José Carlos Sena, presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas Secas e Molhadas de São Paulo e de Itapecerica da Serra.
Segundo ele, o movimento é apolítico e foi organizado nacionalmente pelo Movimento Unificado de Trabalhadores em Transporte. Após a paralisação, os caminhoneiros fizeram um churrasco ao lado da via Dutra.
A categoria quer aposentadoria especial aos 25 anos (hoje é aos 35 anos). "É um serviço bastante penoso, com jornadas de até 18 horas", disse Sena.
O sindicalista afirmou que, caso o governo federal não aceite a reivindicação da categoria, um novo protesto, com duração indeterminada, será feito nas principais rodovias do país.
O secretário-adjunto de Segurança Pública, Luiz Antônio Alves de Souza, disse que os responsáveis pelo fechamento das rodovias serão responsabilizados civil e criminalmente.
O caminhoneiro José Araújo disse não concordar com o protesto. Ele afirma que perdeu um frete de R$ 2.500 por ter ficado preso no trânsito. "Telefonei para a empresa e disseram que já tinham arranjado outra carreta."
Benedito Bento, encarregado de um posto de combustível localizado no trecho interrompido (km 209), também reclamou da paralisação da Dutra. "Ficamos cinco horas sem clientes. Eles deveriam arranjar outra forma de reclamar."

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