São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
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Sem-terra queimam boneco de ministro

JOANICE PIERINI
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

Um boneco de pano simbolizando o ministro da Justiça, Iris Rezende, foi queimado ontem na praça da República, em Cuiabá (MT), como parte das manifestações do "Dia Nacional de Luta".
A "morte" do ministro foi uma forma de protesto à condenação do líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) José Rainha Jr. a 26 anos de prisão. Rainha foi condenado por duplo homicídio.
Após as manifestações, que terminaram às 17h30, os cerca de 3.500 sem-terra que estavam acampados desde segunda-feira em frente ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deixaram o local.
"Conseguimos junto ao superintendente do órgão (Elarmim Miranda) a garantia de liberação de R$ 2 milhões para obras de infra-estrutura em assentamentos e mais R$ 1,6 milhão em crédito alimentação e fomento agrícola", disse Valdir Misnerovicz, um dos coordenadores nacionais do MST.
Invasão
Misnerovicz anunciou que, caso os acordos feitos com o Incra não sejam cumpridos em dois meses, o MST vai voltar a invadir a sede do órgão e fazendas de Mato Grosso. "Demos um voto de confiança e queremos o cumprimento dos acordos", disse.
Apesar do calor de 38º C, os sem-terra foram da sede do Incra à praça da República (a cerca de quatro quilômetros) em passeata, às 13h30.
Mais tarde, às 17h30, eles voltaram para a sede do Incra para desfazer o acampamento, também em passeata.
Além dos sem-terra, a manifestação contou com a presença de 30 entidades, entre sindicatos, ONGs (Organizações Não-Governamentais) e pastorais.
Também estiveram presentes à manifestação o deputado federal Gilney Viana (PT/MT) e a deputada estadual Serys Slhessarenko (PT/MT).

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