São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
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Ato em Fortaleza dura o dia inteiro

ESPECIAL PARA A AGÊNCIA FOLHA

O "Dia Nacional de Luta" contra o governo federal superou as expectativas dos organizadores e reuniu ontem em Fortaleza 4.000 manifestantes, segundo a Polícia Militar.
Houve passeata durante todo o dia pelas ruas do centro da cidade e um ato, às 17h, na praça do Ferreira, principal praça de Fortaleza.
A PM fez a segurança dos participantes durante todo o percurso. As expectativas da CUT e do MST eram de reunir 2.000 pessoas.
"Foi a maior manifestação já ocorrida do governo FHC", disse o presidente da CUT-CE, Eudes Xavier.
Muitos policiais apoiaram o ato. "Tem de lutar pelos direitos. Qualquer dia é a gente", disse um soldado, que preferiu não se identificar, prevendo uma possível greve da polícia.
A maioria dos participantes eram dos sindicatos urbanos, entre eles, comerciários, servidores públicos e trabalhadores da construção civil.
Eles gritaram palavras de ordem como "fora FHC", "basta de corrupção" e frases como "a alternativa para os trabalhadores na sociedade é o socialismo".
A UNE (União Nacional dos Estudantes), a UMES (União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas) e o Movimento dos Sem-Teto também protestaram.
Os partidos políticos que apoiaram o ato foram o PT, PC do B, PSTU e PART (Partido da Revolução dos Trabalhadores pela Emancipação Humana), que tenta registro na Justiça Eleitoral.
A CUT foi a maior financiadora dos protestos em Fortaleza. No total, foram gastos R$ 12 mil, com transporte, pintura de painéis e alimentação. Foram servidas 2.000 marmitas para os manifestantes.
O comandante do policiamento de Fortaleza, coronel Adailton Magalhães, considera que as manifestações foram as mais pacíficas dos últimos tempos. "Estamos acompanhando para proteger os sindicalistas e proteger o patrimônio público", disse.
Os manifestantes aproveitaram o dia para protestar contra o projeto do governo do Ceará de privatizar as Companhias de Água e Esgotos do Estado e de Eletricidade.

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