São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
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Para PF, suspeita sobre Castro aumenta

DA REPORTAGEM LOCAL

As investigações da Polícia Federal a respeito da explosão no Fokker-100 da TAM no último dia 9 estão chegando ao fim. Ontem, um delegado afirmou que a PF tem quase certeza que foi o professor Leonardo Teodoro de Castro quem colocou a bomba no interior do avião.
Segundo ele, todas as apurações realizadas até o momento convergem para Castro, que permanece internado em estado grave na UTI do Hospital São Paulo (leia texto nesta página).
Não foram revelados os elementos que levam os policiais a crer que o professor foi realmente o responsável pelo acidente, que provocou a morte do empresário Fernando Caldeira de Moura, expelido do avião a mais de 100 km/h a uma altitude de 2.400 metros.
Apesar disso, segundo o delegado, os agentes federais não descartam qualquer hipótese. Por esse motivo, o delegado Leandro Coimbra desembarca na próxima segunda-feira em Vitória (ES).
Ele vai ouvir os depoimentos de funcionários da TAM e da Sata (Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo). Os passageiros do vôo 283 que moram na cidade também devem ser ouvidos.
Os funcionários e os passageiros serão ouvidos na sede da superintendência da PF em Vitória. A previsão da PF é que até o final da semana todos sejam ouvidos.
O objetivo desses depoimentos, segundo a Folha apurou, é buscar elementos que descartem de vez ou confirmem a hipótese de o explosivo poderia ter sido "plantado" (colocado intencionalmente) no avião antes de ele decolar para São Paulo. A PF, que quer concluir o inquérito até o dia 8 de agosto, já começa a considerar essa possibilidade remota.
O ponto chave para o término das investigações são as análises realizadas pela Aeronáutica no CTA (Centro Técnico Aeroespacial), em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo).
Além das pesquisas na fuselagem do avião, os técnicos do CTA também analisaram materiais -não foram informados quais- enviados pela PF na semana passada.
O laudo do CTA, segundo um oficial da Aeronáutica, deverá ter a mesma conclusão do relatório do IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Civil de São Paulo: bomba.
Os agentes federais estão elaborando um croqui com a movimentação de todos os passageiros, especialmente o professor Castro, durante o vôo 283. Será feita uma animação por computação gráfica.

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