São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997 |
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Teles devolvem R$ 1,8 bilhão ao BNDES
CHICO SANTOS
A operação está relacionada com a controvertida decisão da Telebrás de pagar em dinheiro e não em ações, conforme prevêem os contratos, aos assinantes que compraram telefones das suas subsidiárias em 96 e pagaram os R$ 1.117,63 no mesmo ano. Ontem, a Folha noticiou que a Telebrás havia devolvido ao banco os R$ 110 milhões que recebera a título de pagamento da compra do direito de subscrição das ações, originárias de um aumento de capital das subsidiárias da mesma Telebrás. Mendonça de Barros disse ontem que o banco também já havia repassado às chamadas teles (empresas do sistema Telebrás) o total de R$ 1,69 bilhão correspondente ao pagamento das ações e que esse dinheiro também foi devolvido. O presidente do BNDES afirmou que a devolução do dinheiro não significa que a operação tenha sido descartada. Segundo ele, a iniciativa foi tomada apenas para evitar que os recursos do banco ficassem esperando a solução da controvérsia sobre o pagamento aos assinantes. "Dinheiro de banco não pode ficar parado", disse Barros. Segundo ele, se a Telebrás conseguir resolver o problema da maneira que pretende, o BNDES, por meio da sua subsidiária BNDESPar (BNDES Participações), continua querendo comprar as ações. Com base na lei das Sociedades Anônimas, a Telebrás decidiu em junho que os assinantes receberiam seus direitos em dinheiro e não em ações. Acontece que as ações estavam valendo no mercado quase o dobro dos R$ 1.117,63 que cada assinante receberia. A decisão provocou uma chuva de protestos e de ações judiciais. Além dos assinantes, vários bancos que haviam comprado de assinantes o direito de receber as ações se sentiram prejudicados. A Telebrás acabou suspendendo as assembléias das teles que iriam homologar sua decisão. Segundo Durval Soledade, diretor da BNDESPar, o banco recebeu o dinheiro de volta anteontem. Ele disse que o pagamento foi feito antes de as operações serem efetivadas porque para as assembléias das teles aprovarem as operações era necessário que as ações já estivessem subscritas. A Telebrás informou no final da tarde de ontem que a empresa não tinha "nada a declarar" sobre o assunto e que qualquer declaração seria feita por meio de comunicado oficial ao mercado. Texto Anterior: Ásia renova acordo de troca de moedas Próximo Texto: STJ aceita argumento de Motta e revoga liminar de consórcio Índice |
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