São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997
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Esclarecimento; Duas falas; Correção; Má vontade; Nível; Lamento

Esclarecimento
"Sobre o editorial 'Fujimori e o Peru' (20/7): o mencionado editorial contém uma afirmativa relativa às circunstâncias que envolveram a morte do doutor Miguel Giusti, ministro da Corte Suprema de Justiça, a qual vejo-me na necessidade de rechaçar energicamente.
O governo do Peru não executa seus opositores políticos, como insinua o editorial em questão; no caso do ministro Giusti, as investigações demonstram que, infelizmente, ele morreu por causa dos disparos feitos por um terrorista -e não guerrilheiro, como este jornal insiste em denominar- do MRTA contra o chanceler Francisco Tudela, que, não fosse a valorosa ação de um membro das forças da ordem, estaria hoje entre as vítimas da demência genocida -como a qualifica a OEA- dos tupacamaristas.
Quero também reafirmar que no Peru existe a mais irrestrita liberdade de expressão e de imprensa.
Nem sequer durante os acontecimentos de 5 de abril de 1992 -quando, como se sabe, a situação de emergência em que vivia o país obrigou o governo do presidente Fujimori a adotar uma série de medidas extraordinárias de caráter temporário- essas liberdades foram afetadas.
Prova disso é, justamente, a divulgação por televisão das acusações formuladas contra o governo, bem como as críticas que se publicam nos jornais peruanos."
Alejandro Gordillo, embaixador do Peru (Brasília, DF)

Nota da Redação - O editorial ao qual o embaixador se refere jamais afirmou que Miguel Giusti foi assassinado pelas forças peruanas, apenas disse que há dúvidas acerca da operação na qual o juiz opositor ao governo de Fujimori foi o único refém a morrer.

Duas falas
"A sua carta, Vicentinho ('Painel do Leitor', 25/7), prova que o diminutivo lhe cabe: um ser pequeno, no físico e na moral.
Você estava no vôo TAM das 8h30 do dia 25 de janeiro de 1996.
Eu me dirigia para o seminário da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais sobre Edir Macedo, seu par demagógico.
Você corria para outra 'negociação' com o governo, nos habituais rapapés dos poderosos.
Na janela da fileira ocupada por nós havia um jovem advogado de São Bernardo, ao qual você pediu notícias do genitor e de toda a família.
Ele não era um 'estranho', pois. Você tentou o efeito "popularidade' comigo, mas não deu certo porque me calei.
Não festejo quem trai professores, como é do seu feitio, como acaba de fazer com os bancários.
Com o passageiro indicado, você choramingou contra a imprensa: se tivesse cautela, prenderia a língua.
Para 'responder' o irrespondível, e para me atacar, Vicente Ricupero da Silva solidariza-se com assassinos e assume seu lugar entre os Roberto Cardoso Alves.
Pessoas éticas não usam duas falas. Vicentinho teve a infelicidade de falar o que pensa da mídia que lhe serve, sendo ouvido por quem não é vassalo de ninguém, menos ainda de aliados de policiais e torturadores.
Facilitar um golpe indica irresponsabilidade política.
O resto é língua solta."
Roberto Romano, professor titular de ética e filosofia política da Unicamp -Universidade Estadual de Campinas (São Paulo, SP)

Correção
"Em relação aos dados publicados com o mapa sobre o movimento das PMs, em 21/7, temos a informar:
1) o salário inicial do soldado da PM mineira, antes do último reajuste, era de R$ 415,15, e não de R$ 517,00, como foi noticiado;
2) o reajuste dos policiais mineiros variou de 10% a 48%, sendo menores os percentuais para os maiores salários e vice-versa. Portanto não foi um aumento geral de 48% conforme também saiu publicado."
Francisco Brant, assessor de imprensa do governador de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Má vontade
"Os editoriais 'Intervenção em Alagoas' (18/7) e 'Pelo fim da baderna' (19/7) não expressam sintonia com as reportagens sobre o movimento paredista dos policiais militares.
Os dois editoriais tratam com indisfarçável má vontade a legítima reivindicação da corporação mobilizada.
Chegam mesmo a conclamar os governadores a abandonar o diálogo, a adotar uma atitude intransigente para pôr fim ao que o editorialista considera uma 'baderna'.
A 'baderna' estaria tipificada pela quebra da norma constitucional que proíbe a sindicalização e a greve aos militares.
Se aceitarmos como legítima a 'tese' de que toda afronta constitucional configura uma 'baderna", somos obrigados a reconhecer, por uma questão de coerência analítica, que foram exatamente os governantes deste país que iniciaram a 'baderna'.
O editorialista enfatiza que o governador de Minas não deveria negociar com os grevistas porque eles estavam afrontando o art. 42 da Constituição Federal.
A Folha não menciona que, nesse episódio, o primeiro a afrontar a Constituição foi exatamente o governador Azeredo, ao conceder aumento apenas para os oficiais da polícia mineira, o que é explicitamente vedado pelo artigo 37, inciso X da Carta Maior."
Eron Bezerra, deputado estadual pelo PC do B-AM (Manaus, AM)

Nível
"Está certo que o povo já tem opinião formada sobre essa quadrilha dos títulos públicos, que envolve governadores, prefeitos, burocratas do Banco Central, laranjas e senadores.
Mas a decisão de um grupo de senadores de retirar do relatório de Roberto Requião os nomes de políticos envolvidos nas falcatruas mostra o nível de representantes que a sociedade elegeu para o Congresso Nacional."
Kleber Machado Wanderley (Recife, PE)

Lamento
"Sobre a reportagem 'Central barra sindicato' (19/7), temos a lamentar que um dirigente da CUT parta para ofensas pessoais a um sindicalista histórico como Uriel Villas Boas, ligado às lutas libertárias e democráticas dos trabalhadores da Baixada Santista desde há muito."
Mariângela Duarte, deputada estadual pelo PT (Santos, SP)

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