São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997 |
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Deputado vê 'assalto' a contas na Suíça
MARTA AVANCINI
Ele é Jean Ziegler, 59, sociólogo, deputado do Parlamento da Suíça e autor de polêmicos livros sobre o sistema bancário suíço. O mais recente é "La Suisse, L'Or et Les Morts". A atuação de Ziegler é apontada como um dos fatores que colaboraram para pressionar a Associação Suíça de Banqueiros a quebrar o sigilo das contas inativas desde 1945 -grande parte supostamente contém dinheiro de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que a maioria dos donos do dinheiro nem sabia da existência das contas -cerca de 1.800 foram reveladas na quarta-feira. "A soma parada é muito maior do que a divulgada. O que os bancos suíços fizeram foi uma forma de assaltar os clientes", disse Ziegler à Folha, referindo-se ao valor de cerca de US$ 43,7 milhões divulgado pelos banqueiros suíços. Ele diz, no entanto, ser difícil calcular o valor total, já que isso depende dos próprios bancos. "Não existe dinheiro perdido. O que é certo é que o valor divulgado é apenas uma parte. Os registros contábeis existem. O problema é ter acesso a eles. Legalmente, nós podemos obrigar os bancos a prestar contas, mas eles podem mentir. Se isso acontecer, não dá para ir a fundo." Ele disse duvidar de que os bancos tenham respeitado a lei. "O Código Civil prevê que um banco tem de procurar seus clientes se a conta ficar inativa por dez anos. É pouco provável que isso tenha acontecido quando se vê na lista existem nomes de pessoas muito conhecidas." Texto Anterior: Liechtenstein debate monarquia Próximo Texto: Capitalismo ainda é única via, diz Fukuyama Índice |
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