São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Comandante critica 'generalização'

DA REPORTAGEM LOCAL; DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

O comandante-geral da PM de São Paulo, coronel Claudionor Lisboa, disse ontem que o general Alberto Cardoso, "pecou" ao generalizar que a suposta falta de disciplina imposta pelos comandos das PMs dos Estados teria sido responsável pelas greves policiais no país.
"O general não deveria ter cometido o pecado da generalização", disse Lisboa, ao se referir à afirmação de Cardoso, chefe da Casa Militar da Presidência. Para o general, nos Estados onde ocorreram greves, houve "quebra de disciplina" da hierarquia da PM.
"No caso de São Paulo, isso não aconteceu. Isso porque o governo do Estado tomou a iniciativa elogiável de tentar negociar e apresentar, rapidamente, uma proposta de reajuste salarial", afirmou.
Alagoas
O ex-comandante da PM de Alagoas coronel Aílton Pimentel admitiu que tenha havido "frouxidão" por parte do comando da corporação, que teria permitido a eclosão da greve. "Acho que houve frouxidão, sim, porque, como é que você vai exigir alguma coisa de quem está com seis, sete salários atrasados?", disse.
Segundo Pimentel, foi a fome que levou a PM à greve. "Nos outros Estados, não sei, mas aqui o policial está com fome. Agora, se fome é frouxidão, então o general nunca passou fome. Aí, ele nunca foi frouxo mesmo", disse com relação às declarações de Cardoso.
Pimentel comandou a PM interinamente até a última sexta-feira. Ele havia assumido um dia depois da posse do governador interino Manoel Gomes de Barros.
O atual comandante é o coronel do Exército Juaris Weiss Gonçalves, indicado pelo governo federal em função da crise em Alagoas.
Outros Estados
O comandante da PM de Minas Gerais, coronel Antônio Carlos dos Santos, disse anteontem, por meio de sua assessoria, que não irá comentar as declarações de Cardoso. O comando da PM de Pernambuco também preferiu não se pronunciar sobre as declarações.

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