São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Palocci preside diretório e fortalece Lula

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT do Estado de São Paulo elegeu ontem o ex-prefeito de Ribeirão Preto Antônio Palocci para presidir o partido por dois anos. Ele obteve 789 votos contra 305 do deputado estadual Renato Simões.
O candidato do grupo do deputado federal Arlindo Chinaglia, Vilson de Oliveira, recebeu 99 votos. Votaram 1.101 delegados de todo o Estado.
A vitória de Palocci fortalece a candidatura de José Dirceu para um segundo mandato na presidência nacional do PT. Ele venceu com apoio das chamadas alas "direita" (do deputado José Genuíno) e de "centro" (a Articulação).
O grupo que apóia José Dirceu também venceu a eleição para os delegados que vão participar do encontro nacional do partido, que acontece em agosto no Rio de Janeiro. Dos 97 delegados paulistas, 64 são de grupos que apóiam sua candidatura. Os paulistas representam cerca de 20% dos delegados do encontro nacional.
A vitória compensa outras derrotas do grupo de Dirceu. Ele perdeu para a esquerda nos encontros estaduais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Dirceu anunciou ontem oficialmente que é candidato à reeleição. Ele deverá competir com o deputado federal carioca Milton Temer, representante da "esquerda".
"O Zé Dirceu será nosso presidente", comemorava ontem Genuíno, após a votação.
A eleição do novo presidente do PT definirá os rumos da campanha presidencial do partido em 98.
Dirceu, apoiado pelo presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, defende uma política de alianças mais ampla, apoiando, inclusive, candidatos majoritários do PSB e do PDT. Já a esquerda afirma que as alianças só devem ser feitas com os "aliados tradicionais", como o PC do B.
Lula
Na abertura do encontro do PT, no sábado, Lula afirmou que o partido só teria chances de vencer a disputa para a Presidência no próximo ano se fizer uma frente com outros partidos.
"Nós precisamos saber se o nosso glorioso partido vai aprovar uma política de alianças de verdade", disse Lula, afirmando que só sairia candidato à Presidência se fosse "com chances de vitória".
Lula também aproveitou seu discurso para criticar FHC: "Um jacaré é mais democrático que o Fernando Henrique", afirmou, se referindo a afirmação do presidente em Corumbá, na sexta-feira, de que o jacaré é "quase humano. É até melhor que os humanos, pois é mais dócil".
Lula sugeriu ainda que o presidente substitua o ministro Pedro Malan (Fazenda) por um jacaré: "Ele teria mais sensibilidade social que o ministro", disse.

Texto Anterior: Secretária pede que sociedade pressione por 1º grau melhor
Próximo Texto: Ex-prefeito priorizou área social
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.