São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Estudante fica mais tempo na escola

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Ricardo Pagliuso, 13, aluno da 7ª série do colégio Seta/Anglo de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, é um dos dezenas de estudantes que passam mais tempo na escola do que em casa.
Às quartas-feiras, ele chega a ficar 13 horas no colégio, onde chega antes das 7h e sai próximo às 20h. Depois de ocupar o período da manhã com aulas normais, ele pratica basquete, futebol, faz hidroginástica e teatro. Por fora, faz inglês em um curso particular.
As mais de 20 atividades extracurriculares oferecidas pela escola são gratuitas -sete delas são extensivas aos pais de alunos.
O Seta/Anglo de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de SP) tem cerca de 3.500 alunos em três unidades. As mensalidades dos cursos variam de R$ 208 a R$ 376.
Os alunos podem escolher atividades que vão de idiomas a esportes, passando por teatro, música, dança, bordado e culinária. Os alunos aprendem a cozinhar para se virar em repúblicas, no período de faculdade.
Adesão
Cerca de 80% dos alunos da 5ª série ao cursinho desenvolvem algum tipo de atividade extracurricular, segundo levantamento da escola. A adesão é de cerca de 100% entre os alunos do pré à 4ª série.
Em menor quantidade, os pais também aproveitam a oportunidade. O curso de espanhol é o mais concorrido. Mais de cem pais e mães tornaram-se alunos.
A coordenadora de eventos da escola, Maria Eugênia Mugayar, 52, disse que as atividades extras ajudam na formação do aluno e podem apontar novos rumos profissionais.
"Nenhum aluno de caratê sairá daqui direto para uma Olimpíada, mas pelo menos terá noção", afirmou Maria Eugênia.
Ricardo Plagliuso, por exemplo, descobriu na escola sua vocação para o teatro. Ele está em dúvida se segue carreira artística ou se opta por medicina.
Qualquer que seja a escolha, no entanto, a mãe de Ricardo, a psicóloga Eda Pagliuso, 42, aprova a permanência do filho na escola por um período mais prolongado.
"É melhor que ficar em outros locais", disse Eda.

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