São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Evite dor de cabeça planejando a reforma

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma boa reforma doméstica requer planejamento por parte do consumidor -desde a aquisição dos materiais até a contratação do serviço.
Em 1996, foram registradas no Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) 1.204 reclamações referentes à má prestação de serviços gerais (marcenaria, pintura e serralheria, entre outros). Em 97, as queixas registradas até o mês de abril já chegam a 459.
Em relação a problemas com a compra de carpetes, cortinas, tapetes, persianas e papéis de parede, foram 1.015 reclamações no ano passado.
Até abril deste ano, o Procon recebeu 136 queixas. Os principais problemas são produtos com defeito, não entrega ou entrega diferente do pedido.
Antes de contratar os serviços e iniciar a reforma, existem alguns itens que devem ser considerados (veja quadro ao lado).
A professora Eva Maria Clemente, 33, teve problemas com uma reforma em sua casa. "'Me arrependi de não ter feito uma pesquisa antes de escolher a empresa."
Ela diz que contratou a Construtora Panorama para trocar o piso do quintal, construir um banheiro e fazer o telhado de uma edícula.
"Quando fui checar o trabalho, eles não tinham feito alicerce no piso para subir uma parede -que ficou torta-, o piso estava em desnível e o telhado ficou com defeito, enchendo a casa de água em dias de chuva.
Segundo ela, a empresa refez algumas coisas e deu desconto de R$ 500. "Mas, o outro pedreiro que chamei para consertar os defeitos, avaliou o trabalho em R$ 3.000", diz.
Ela foi ao Procon e está aguardando um contato. "Da próxima vez, vou acompanhar todas as etapas do serviço."
O caso de Roselaine Madureiro Santos, 28, foi com a compra e a colocação de papel de parede.
Manchas
Ela comprou o produto na Marchê Carpetes, que enviou um vendedor para analisar a parede e tirar as medidas.
"Sobrou muito material. Além disso, quinze dias após a colocação, apareceram várias manchas escuras no papel", conta.
Roselaine afirma que demorou cerca de três meses para que um funcionário fosse ver o problema. "Eles disseram que iam consertar, mas nunca fizeram. Agora afirmam que a responsabilidade não é deles porque minha parede é úmida."
Ela também registrou queixa no Procon, mas não houve acordo. O caso está no Juizado de Pequenas Causas.
Outro lado
O sócio da Construtora Panorama, Domingos da Silva Mota, afirma que a reforma feita na casa de Eva está em perfeitas condições.
"O que tinha de ser refeito, já foi. Como ela não quis que continuássemos o trabalho, algumas coisas ficaram pendentes. Por isso demos um desconto."
Sérgio Martins, responsável pelas vendas de papel de parede da Marchê Carpetes, afirma que nem sempre é possível constatar a umidade no momento da venda. "Às vezes ocorrem umidades temporárias, causadas por um problema ocasional. Nós temos um aparelho que acusa a umidade. Nesse caso, não acusou", afirma.
Quanto ao excesso de papel comprado, Martins diz que Roselaine reclamou depois de três meses que havia um rolo sobrando. "Se ela tivesse pedido logo após a conclusão do trabalho, teríamos devolvido o dinheiro do papel restante."

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