São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Em desacordo

CIDA SANTOS

Ainda não tem data marcada, mas a iniciativa é boa: está sendo agendada, para os próximos dias, uma reunião do técnico da seleção, Radamés Lattari, com as comissões técnicas dos clubes. Em um esporte atormentado por contusões e um calendário alucinante, está mais do que na hora de os clubes e a seleção acertarem o passo e começarem a falar a mesma língua.
O maior exemplo de desacerto ocorreu na última semana, com o jogador Joel. Com o tornozelo direito operado há três meses, o atacante quase não se apresentou à seleção porque o técnico do Report, Ricardo Navajas, alegou que ele não tinha condições de jogo. Para surpresa da comissão técnica da seleção, nos testes físicos do Rio, Joel foi um dos destaques do grupo.
Essa história deixa claro uma série de problemas. O primeiro: uma certa falta de vontade do clube em ceder o jogador. O patrocinador investe no time e quer resultados. Do lado da equipe, é preciso estabelecer prioridades: não dá para ganhar tudo o ano inteiro.
Do lado da seleção, vale algumas questões: será que é preciso tanto tempo de treino e concentração para jogar o Sul-Americano e o qualificatório do Mundial? É bom lembrar que a disputa que a disputa pelas duas vagas do Mundial será com Argentina, Venezuela e Peru, esses dois últimos sem tradição no vôlei masculino.
Outro problema são as diferentes formas de avaliação aplicadas na seleção e nos clubes. O pessoal precisa conversar mesmo para que o trabalho feito na seleção tenha sequência nos clubes e vice-versa.
Mas isso tudo também não resolve se não houver alteração no calendário.
Basta dar uma olhadinha, por exemplo, na tabela do Campeonato Paulista feminino: de amanhã até domingo, cada time vai jogar três vezes. Ou seja: dia sim, dia não, tem jogo. Não há joelho e nem ombro de atleta que aguente esse ritmo.

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