São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Bola com Malan

JUCA KFOURI

Com a experiência de quem foi um dos fundadores do Clube dos 13 e secretário de Esportes do governo federal, o ex-presidente do Flamengo Márcio Braga tem uma teoria que faz sentido em relação à transformação dos clubes em empresas.
Ele pensa que o assunto nem é da alçada do ministério de Pelé, mas, sim, do de Pedro Malan, o da Fazenda.
E por quê?
Porque a partir do momento em que as entidades dirigentes do esporte brasileiro, assim como os clubes, passaram a ter atividades mercantis, com a venda de seus espetáculos, de suas marcas etc, os códigos comercial, civil e tributário são suficientes para, após uma simples portaria do ministério da Fazenda, dar conta da nova face empresarial do esporte.
Até porque a Constituição de 1988 já trata o esporte profissional como negócio, faltando apenas regulamentar a atividade de seus agentes, seja como S.A., Limitadas etc.
Entre outras boas razões, uma iniciativa nesse sentido teria a vantagem de matar na origem qualquer idéia de incentivo fiscal para quem se transformar em empresas, privilégio que não faz mais nenhum sentido nos dias que correm, porta aberta aos aproveitadores de sempre.
E para que tudo não pareça muito fácil, será bom sublinhar que onde está escrito que uma "simples portaria" pode resolver a questão, deve-se acrescentar que, para tanto, será necessária apenas muita vontade política.
Se é verdade que Pedro Malan se orgulha de ter ajudado a virar a mesa a favor do Fluminense, bem que agora ele poderia, de fato, fazer um gol para o esporte nacional.
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Com Gilmar, Romeu, Fernando Diniz e Edinan, o Corinthians só irá a Tóquio se continuar a cavar o buraco no meio do campo.
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Já que Maradona não veio, Romário foi, e Cantona não vem, que tal o Flamengo anunciar agora que contratará o Pedrinho?
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Cá entre nós, será que o senador Gilberto Miranda e o deputado Eurico Miranda não têm nenhum parentesco?
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A Casa Bandida do Futebol é tão deletéria que sua ação perniciosa consegue até dividir profissionais do bem como Matinas Suzuki Jr. e André Vaisman, da MTV.
Mesmo que, como no caso, ambos desaprovem os métodos da entidade.

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