São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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Micareta entra para calendário de Miami

EMANUEL NERI
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

O Carnabeach, Carnaval fora de época de Miami, não obteve o êxito que seus organizadores esperavam. As despesas superaram as previsões, e o prejuízo chegou a US$ 600 mil. Mas houve um dado muito positivo: Miami incluiu o evento em seu calendário turístico.
Realizado nos dias 12 e 13 de julho, em plena Ocean Drive, um dos pontos mais badalados da cidade, o Carnabeach também conquistou o bolso dos americanos.
A Prefeitura de Miami se comprometeu a gastar US$ 200 mil no próximo ano para divulgar a festa.
"Essa festa é maravilhosa. Estamos muito orgulhosos de realizar um Carnaval brasileiro aqui", disse James Quinlan, coordenador de Eventos Especiais da prefeitura.
Também chamado de "The Brazilian Extravaganza", o Carnabeach recebeu ainda a adesão dos proprietários de bares e restaurantes da Ocean Drive. Eles enviaram carta à Prefeitura de Miami elogiando a festa. Por causa do Carnaval, segundo eles, o faturamento cresceu em torno de 30%.
Outro elogio veio da polícia de Miami. Os policiais ficaram impressionados com o fato de não ter havido uma única ocorrência policial em toda a área do Carnabeach. Nos dois dias de festa, pelo menos 30 mil pessoas brincaram ali.
O Carnaval atraiu a atenção de gravadoras. Alexandre Catenas, diretor de Marketing da Poligram na América Latina, acha que agora ficou mais fácil fazer um trabalho de divulgação de bandas brasileiras em rádios dos EUA e do Caribe.
Os organizadores do Carnabeach querem infiltrar artistas americanos no Carnaval brasileiro. Um dos alvos é a cantora de origem cubana Gloria Estephan. Ela será convidada a subir em um trio elétrico no Brasil e em Miami.
Em seu primeiro ano, o Carnabeach contou quase exclusivamente com brasileiros, principalmente nos blocos. A maioria dos americanos preferiu participar do "Carnaval pipoca" -pessoas que pulam atrás dos trios elétricos.
O Carnabeach de 98 será nos dias 11, 12 e 13 de julho e maior que o deste ano -deve ter entre 3 e 4 trios elétricos. Neste ano foram dois -Chiclete com Banana e Timbalada. É o Tchan, de Carla Perez, também participou.
Na beira da praia
Ao contrário do Brasil, o Carnaval fora de época de Miami não foi realizado nas ruas, sobre o asfalto.
O "corredor da folia", nome dado à fila dupla de arquibancadas e camarotes por onde passam trios elétricos e foliões, foi montado na areia, quase na beira da praia.
O motivo foi evitar transtornos e prejuízos aos prédios art déco da Ocean Drive. Alguns foliões se queixaram de cansaço por pular na areia. Mas a areia ali é mais dura que a das praias brasileiras.
Ao final de dois dias de Carnabeach, a versão americana do Carnaval elétrico brasileiro acabou agradando aos organizadores.
"Gostei muito da idéia do Carnaval na praia", disse Ronaldo Maiorana, da Bis Promoções.
Na beira da praia, segundo Maiorana, há mais espaço para a montagem de barracas e de todo o serviço de infra-estrutura. O Carnaval próximo ao mar também amenizou o calor de quase 40°C.

LEIA MAIS sobre o Carnabeach na pág. 7-10

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