São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997 |
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'Eu tô maluco!' vira coqueluche da festa
EMANUEL NERI
"I'm crazy", a primeira resposta ensaiada pelos brasileiros, não satisfazia a curiosidade dos americanos. "Crazy" -louco em inglês- não era a tradução exata para a voz dos bailes funk exportada para o Carnaval de Miami. Excentricidades como essa acabaram por chamar a atenção dos americanos. A alegria de grupos que batucavam ao longo da Ocean Drive também era motivo de curiosidade. O Brasil tomou conta da orla próxima à Ocean Drive. Quem não era brasileiro lançava mão de algum detalhe para lembrar o Brasil. Garçonetes usavam laços verde e amarelo nos cabelos. Uma arara decorava um café da região. Muita gente usava a camiseta da seleção brasileira de futebol. O Ceará contribuiu para aumentar o clima de festa tipicamente brasileira. Nos dois dias do Carnaval, o Estado distribuiu 20.000 chapéus de palha e 10.000 lenços verdes com letras amarelas. Praticamente todas as pessoas que passavam pela Ocean Drive, um dos pontos mais movimentados de Miami, usavam o chapéu e o lenço do Ceará. Bandeiras brasileiras e camisetas com motivos do país também eram vendidas ali. Na beira da praia, havia um mercado de produtos brasileiros: acarajés, bolas de futebol, churrasquinho no espeto, cerveja e guaraná. No início da festa, houve dúvidas sobre seu êxito. "Micou a festinha. Basta olhar nos portões", dizia Sérgio Koffes, presidente da Federação do Comércio de Brasília. O clima de fracasso ficou ainda pior quando uma chuva forte desabou sobre Miami. Relâmpagos e trovões assustavam músicos que estavam nos trios elétricos. A chuva diminuiu, e o clima do Carnaval tomou conta da praia. Texto Anterior: Prejuízo na primeira edição chegou a US$ 600 mil Próximo Texto: Brasileiros animam a micareta Índice |
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