São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil aumenta a sua produção de flores e melhora qualidade

FRANCISCO BONGERS

Nos últimos anos a produção de flores no Brasil experimentou um impressionante aumento, não apenas quanto a volumes maiores, mas também quanto a melhor qualidade e maior número de variedades diferentes.
Quase 80% dessa produção vem do Estado de São Paulo, impulsionada pelo trabalho desenvolvido por imigrantes holandeses e japoneses.
Atualmente as três flores mais importantes são: as rosas, os crisântemos em maço e as violetas.
Elas representam cerca de 50% do mercado total.
Tudo começou há cerca de 60 anos.
O segmento da floricultura deu um importante passo com uma grande plantação de gladíolos, a segunda flor mais importante no Brasil por mais de 20 anos.
Desenvolvimento
A mudança mais significativa, contudo, aconteceu somente no fim dos anos 70.
Foi quando produtores holandeses começaram a desenvolver sua produção em estufas, com novos e importantes aprimoramentos técnicos.
A área de produção atual no Brasil é estimada em cerca de 4.500 ha, incluindo 710 ha de estufas.
Além de rosas, crisântemos e violetas, a área de produção de outras flores também aumentou, dividindo-se entre plantas de vaso, como azaléias, begônias, kalanchoes, spathiphylium, diferentes tipos de orquídeas e bromélias, flores de corte como lírio, gypsophilas, cravos, gerbera.
Além de diferentes tipos de flores silvestres.
De acordo com informações distribuídas pelo Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), o consumidor nacional pode escolher entre mais de 400 flores diferentes, considerando as flores de corte, as plantas de vaso e os produtos de jardim.
Após o lançamento de um plano econômico de sucesso pelo governo em 1994, o mercado brasileiro de flores e plantas encontrou um ambiente novo e em constante mudança para se desenvolver.
Consumo
Com a taxa de inflação controlada numa faixa de 10% ao ano e com a moeda fortalecida, o consumo de flores cresceu significativamente nos últimos dois anos, devido à adição de milhões de pessoas ao mercado consumidor.
No entanto, uma política de juros altos e um crescimento econômico baixo ainda inibem o desenvolvimento do mercado como um todo.
Além disso, as mudanças afetaram diretamente o crescimento da concorrência e a segmentação do mercado, demandando uma eficiência cada vez maior na rede de distribuição e no serviço de vendas no varejo de flores, especialmente nas floriculturas.
Os supermercados cresceram muito rapidamente nas principais regiões econômicas e os "cash & carries" estão se espalhando por todo país, transformando o segmento do atacadista para um estilo de vendas baseado em serviços.
Na outra ponta da cadeia, a produção continua crescendo, em virtude do aumento de produtividade e da tecnologia, pressionando para baixo os preços dos produtos mais vendidos e criando um redirecionamento para novos produtos.
Essa mudança está atraindo empresas fornecedoras dos Estados Unidos e da Holanda, em especial as de melhoramento genético e propagação, beneficiadas pela recente Lei de Patentes e Cultivares.
Com uma produção orientada para o mercado interno, o mercado brasileiro de flores movimenta anualmente US$ 1,1 bilhão, a preços de varejo, e tem um consumo anual per capita de apenas US$ 7.
Isso demonstra um grande potencial de crescimento nos próximos anos, embora a capacitação de todos os segmentos do mercado continuará sendo o nosso maior desafio.

Texto Anterior: Manual eletrônico mostra o passo-a-passo
Próximo Texto: Andaluz dá show no Agrocentro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.