São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997![]() |
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Possibilidade da greve aumenta impasse
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
A explosão da crise no transporte público paulistano parece incontornável. A prefeitura conseguiu unir contra si, de uma só vez, patrões e empregados. Os empresários alegam que o município deve mais de R$ 200 milhões às empresas de ônibus. A prefeitura nega. O desgaste no relacionamento entre a prefeitura e os empresários ficou mais acentuado a partir de junho, quando o município aumentou a tarifa (de R$ 0,80 para R$ 0,90) e cortou o subsídio de R$ 0,05 que repassava às empresas por passageiro transportado. Além disso, Pitta justificou o aumento com uma planilha que elevava o custo por passageiro a R$ 0,98, enquanto permaneceu repassando às empresas apenas R$ 0,85. Patrões e empregados O Transurb (sindicato patronal) passou a reivindicar o aumento do repasse mensal, enquanto o Sindicato dos Condutores exigia a garantia de emprego aos 580 funcionários da Royal Bus, que fechou alegando uma dívida de R$ 4,5 milhões da prefeitura. Agora os empresários obtiveram uma liminar do Tribunal Superior do Trabalho, que suspende a obrigação de pagar vale-refeição e cesta básica. Na reunião de hoje com o prefeito Celso Pitta, eles devem apresentar a liminar e uma cópia protocolada das sugestões que já levaram ao prefeito, ao secretário dos Transportes, Carlos de Souza Toledo, e ao presidente da SPTrans, Francisco Christovam. A atitude é uma resposta direta ao secretário Toledo, que apontou como uma das causas da crise a omissão dos empresários em apresentar sugestões alternativas ao sistema vigente. "Se a intenção deles é jogar a culpa da crise nas costas dos empresários, vão ter uma surpresa", afirma o presidente do Transurb, Maurício Lourenço da Cunha. Informado ontem pela Folha da decisão dos empresários, o presidente do Sindicato dos Condutores, José Alves do Couto Filho, o Toré, confirmou a disposição dos funcionários de entrar em greve. "Se a prefeitura e os empresários ficarem nesse jogo de empurra, vamos parar a cidade", afirma. Histórico da crise A crise entre as empresas de ônibus e a Prefeitura de São Paulo vem se arrastando há pelo menos seis meses, segundo documentos apresentados pelo Transurb. O custo por passageiro transportado é calculado pela prefeitura para estabelecer o valor da tarifa e a quantia a ser repassado às empresas. Esse acerto mensal é necessário porque a tarifa paga na catraca não cobre todas as despesas. Além disso, existem as "gratuidades", como os vales-transporte e passes-escolares, que a prefeitura precisa repor aos empresários. Portanto, são calculados o custo de operação, as despesas com pessoal e manutenção, e uma taxa de 12% de remuneração de capital. Texto Anterior: Hospitais e os planos de saúde Próximo Texto: FRASES Índice |
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