São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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PM mata 2 em tentativa de resgate

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois homens acusados de invadir a delegacia de Francisco Morato (45 km a norte de São Paulo) para tentar resgatar presos foram mortos pela Polícia Militar na noite de domingo.
Segundo a polícia, pelo menos seis homens armados de metralhadoras e pistolas automáticas invadiram a delegacia por volta das 20h. O objetivo deles seria resgatar dois assaltantes de bancos transferidos no início da semana passada de Guarulhos.
Os acusados tomaram como reféns dois comerciantes e um estudante que estavam na delegacia registrando uma ocorrência, além de oito policiais civis que davam plantão.
O comerciante Luís Alcântara, 50, foi agredido a coronhadas pelos acusados e obrigado a ficar deitado na porta da delegacia durante a ação.
Seu filho, o estudante de contabilidade Elton Alcântara de Gusmão, 23, também levou coronhadas e foi arrastado pelo cabelo até o interior da delegacia.
Um dos policiais, o escrivão Douglas Jorge Ramos, 25, ameaçado com uma metralhadora, foi retirado da sala de plantão e levado à carceragem.
No caminho, os acusados foram interceptados pelo delegado de plantão, Airton Sante Amore, 38, e pelo aspirante a oficial da PM Adriano Alves.
Também armados de metralhadoras e usando coletes à prova de balas, eles impediram o resgate de presos.
Telefonema
Poucas horas antes da invasão, Sante Amore recebeu um telefonema anônimo comunicando o possível resgate de presos.
Então, ele e o aspirante a oficial se armaram e ficaram no segundo andar da delegacia, preparados para evitar o resgate.
Os acusados, então, teriam desistido do resgate e saído correndo. Em frente à delegacia, uma Caravan com um homem esperava os seis acusados.
Antes que eles entrassem no carro, houve tiroteio com policiais militares do batalhão de Francisco Morato, que fica ao lado da delegacia.
Na troca de tiros, foram baleados Deusdete Raimundo de Souza, 32, e Larsson Chaves Nery, 39. Levados ao pronto-socorro municipal, eles morreram.
Um carro da Polícia Militar, que participou da perseguição, foi atingido por sete tiros de metralhadora, mas nenhum policial foi baleado.
Os outros seis acusados conseguiram fugir. Até a noite de ontem, nenhum deles havia sido localizado pela polícia.
No momento da invasão, havia na delegacia 80 presos. O local tem capacidade para 24 pessoas.

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