São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Empresários fazem operação anticamelô

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em parceria com a prefeitura, a Associação Paulista Viva vai implantar uma operação para evitar a volta dos camelôs à avenida Paulista. O esquema prevê que cada condomínio crie um corpo de segurança para chamar os fiscais no caso de os ambulantes insistirem.
A idéia é do secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, um dos fundadores da associação, que é presidida pelo banqueiro Olavo Setúbal.
A reunião dos empresários, pedida pelo secretário em 6 de junho, foi realizada a portas fechadas.
Segundo a Folha apurou, o secretário não anunciou a reunião antecipadamente, preocupado com a repercussão de suas declarações na semana passada dizendo que em São Paulo não há mais espaço para mão-de-obra não-qualificada, referindo-se aos camelôs.
Os empresários, segundo Alex Thiele, diretor-executivo da Paulista Viva, concordaram.
"Eles temiam não ficar à vontade para expor suas posições diante dos jornalistas."
A proposta de Savelli foi "clonada" da que já é aplicada no Conjunto Nacional, na esquina da Paulista com a rua Augusta, que emprega seguranças para "manter a ordem nas calçadas."
A proposta de Savelli, apoiada pelos 30 empresários da Paulista Viva presentes, entre eles o ex-governador de São Paulo Roberto de Abreu Sodré, prevê que cada condomínio mantenha seguranças orientados para pedir aos camelôs que saiam, explicando que é proibido permanecer na avenida.
"Caso eles resistam, os seguranças já estariam orientados a chamar a administração regional para mandar os fiscais."
A presença da segurança permitiria à Guarda Civil Metropolitana reduzir, gradativamente, a sua presença na avenida.
Na reunião dos empresários com o secretário, a Associação Comercial propôs a abertura de duas vagas no comércio formal para cada família de camelô.
A secretaria, segundo Savelli, facilitaria a documentação e o encaminhamento para as empresas.
Os camelôs ainda querem manter o diálogo com a prefeitura. O líder dos ambulantes da Paulista, Marcos Antonio Maldonado, insiste na tentativa de uma audiência com o prefeito Celso Pitta.
Caso não consigam, os camelôs devem fazer um protesto, com a presença de seus filhos, em uma passeata na Paulista.

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