São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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PF ouve 4 testemunhas em Vitória

FERNANDA DA ESCÓSSIA
ENVIADA ESPECIAL A VITÓRIA (ES)

O delegado da Polícia Federal Leandro Coimbra começou a ouvir ontem em Vitória, no Espírito Santo, os depoimentos de passageiros do vôo 283 do Fokker-100 da TAM para tentar esclarecer o que teria causado o acidente com a aeronave, no dia 9 de julho.
Também serão ouvidos funcionários da empresa e do aeroporto de Vitória.
Até as 18h de ontem, dois passageiros e dois funcionários da TAM já haviam sido ouvidos. Outros cinco depoimentos estavam marcados. O delegado Coimbra, que viajou de São Paulo a Vitória para acompanhar as investigações, não quis dar entrevista.
O Fokker-100 saiu do aeroporto de Vitória com destino a São José dos Campos e São Paulo. Houve uma explosão a bordo, o passageiro Fernando Caldeira de Moura foi ejetado da aeronave e morreu.
O professor Castro foi atropelado e está internado em estado grave na UTI do hospital São Paulo.
Um grupo de passageiros está estudando a possibilidade de processar a TAM ou a Infraero, dependendo do que for comprovado sobre a causa da explosão.
"Se ficar comprovado que foi uma bomba, a culpa é da Infraero. Se foi problema no avião, acho que a TAM é responsável. Ainda estamos decidindo se vamos entrar na Justiça", disse o comerciante Paulo César Tavares, 40, passageiro.
Comentários
A passageira Amélia Rosa da Silva, que prestará depoimento à PF hoje, disse ter ouvido após a explosão comentários de outros passageiros sobre o comportamento do professor Castro.
"Ouvi quando as pessoas falaram que o homem que estava desmaiado não parava de abrir os olhos, o que era muito estranho. Isso eu ainda não disse à Polícia Federal, não disse a ninguém", afirmou a comerciante.
Amélia Rosa da Silva disse que ouviu também quando uma mulher, que ela acha ser funcionária da TAM, comentou que alguém havia jogado uma bomba no avião e se referiu a ameaças feitas dias antes pelo telefone.
O passageiro César Herkenhoff, 41, reclamou que não recebeu da TAM auxílio financeiro para despesas médicas. Ele disse que ficou muito nervoso após o acidente, sentindo um "zumbido" na cabeça e que procurou vários médicos.
"Acho muito estranho que nós tenhamos sido liberados após o acidente e que ninguém nos perguntasse nada, ainda mais porque ouvi um funcionário da empresa dizer que havia sido sabotagem", afirmou.

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