São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Grande SP registra má qualidade de ar

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) registrou ontem, pela primeira vez desde que começou o rodízio 97, má qualidade do ar em 1 de suas 22 estações medidoras da região metropolitana de São Paulo.
A má qualidade foi detectada por excesso de ozônio às 15h, em Mauá (região metropolitana), uma das dez cidades que participam do rodízio de veículos.
O contato com o excesso de ozônio diminui a resistência a infecções e irrita olhos, nariz e garganta das pessoas.
A Cetesb também declarou estado de atenção em Mauá, pois a previsão atmosférica para os próximos dias é ruim e é provável que a má qualidade do ar persista na cidade por mais algum tempo.
Além do excesso de poluição em Mauá, foi detectada qualidade do ar inadequada em mais duas estações, Ibirapuera (zona sudoeste) e São Caetano do Sul (região metropolitana).
Nas demais estações, a qualidade do ar esteve regular.
O estado de atenção é o primeiro e mais brando dos quatro estágios que a Cetesb pode declarar quando há dias críticos em termos de poluição.
Ele não tem efeito prático. É apenas uma sinal de advertência. A Cetesb, no entanto, recomenda que as pessoas evitem usar o carro sem necessidade.
Os outros três estados que podem ser declarados pela Cetesb são o de alerta, alerta prolongado e emergência.
O gás ozônio só se forma na baixa atmosfera em dias ensolarados, como ontem, a partir da combinação de dois poluentes emitidos pelos carros e indústrias -hidrocarbonetos e dióxido de nitrogênio.
"É raro registrarmos no inverno má qualidade do ar por excesso de ozônio", disse Cláudio Alonso, gerente de qualidade ambiental da Cetesb. "Mas, como as temperaturas estão bem altas, isso acabou acontecendo."
Na hora em que foi registrada a má qualidade do ar, a temperatura estava na casa dos 25°C.
Segundo Alonso, o ar esteve ruim apenas em Mauá porque a massa de ar poluído da região metropolitana se dirigiu para a cidade e ali encontrou altas temperaturas capazes de transformar hidrocarbonetos e dióxido de nitrogênio em ozônio.
"Não houve nenhum excesso de emissão de poluentes especificamente em Mauá. O que aconteceu foi que a nuvem de poluição acabou se dirigindo para lá, assim como poderia ter ido para alguma outra parte da região metropolitana", disse Alonso.
Em Mauá, às 15h, foram registrados 231 microgramas de ozônio por metro cúbico de ar. Quando a medição passa de 200 microgramas, a legislação paulista permite declarar estado de atenção.

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