São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Israel retoma negociações com árabes

Obra polêmica é suspensa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Israel suspendeu ontem um plano para a construção de mais casas para israelenses na parte árabe de Jerusalém e concordou com a retomada parcial das negociações de paz com os palestinos.
A Autoridade Nacional Palestina disse que as decisões contribuem para restabelecer a confiança entre as partes, mas ressaltou que a retomada das negociações finais de paz estava longe de ocorrer.
O Ministério do Interior suspendeu ontem a permissão dada a Irving Moskowitz, um construtor judeu dos EUA, para a construção de 70 casas para israelenses em Ras al Amoud, bairro de Jerusalém em que vivem mais de 11 mil árabes.
Dois vereadores de esquerda da cidade entraram anteontem com recurso contra a autorização do plano de construção. A suspensão estabelecida pelo ministério deve durar até que um comitê municipal julgue o recurso.
Autoridades de Jerusalém, na semana passada, aprovaram o plano de Moskowitz, provocando protestos entre os palestinos e críticas até mesmo do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu.
O dirigente israelense, que prometeu suspender as obras em Ras al Amoud, já enfrenta problemas devido ao início da construção de colônia em Har Homa, na periferia de Jerusalém oriental, local que os palestinos querem como capital de um eventual Estado seu.
Desde março, quando se iniciaram as obras de Har Homa, as negociações de paz para o Oriente Médio estão suspensas.
Autoridades israelenses, no entanto, já disseram que as decisões tomadas sobre Ras al Amoud não se aplicam a Har Homa.
"O que é mais importante é que queremos construir em Jerusalém e nós continuaremos a construir em Jerusalém", disse Netanyahu.
Retomada
Ontem, porém, autoridades palestinas e israelenses anunciaram a retomada parcial das conversações. O ministro das Relações Exteriores de Israel, David Levy, e Nabil Chaath, um dos principais negociadores palestinos, concordaram com restabelecer comitês que tratavam de pontos importantes de um acordo de paz de 1995.
Entre os pontos estão a construção de um aeroporto e de um porto internacionais na faixa de Gaza, a instalação de um "corredor de segurança" ligando Gaza à Cisjordânia através do território israelense e a libertação de palestinos mantidos presos por Israel.
Levy disse que Israel concordou com a retomada dos comitês depois que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, deu garantias de que cooperará na "guerra contra o terror".
Segundo Chaath, o acordo de ontem assinala o "desejo" de avançar nas negociações de paz, mas disse que "as questões que determinaram a paralisação do processo ainda aguardam uma solução: a questão dos assentamentos, Jerusalém, e a retomada das negociações sobre o status final dos territórios palestinos".

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