São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para FHC, nada justifica manifestações

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem em São Paulo que nada, nem mesmo a falta de pagamento, justifica as manifestações e a indisciplina das polícias estaduais.
"É claro que entendo, como já disse muitas vezes, o que aconteceu em Alagoas, porque, na verdade, houve falta de pagamento e nada justifica isso, a não ser a desordem a que chegou o Estado. Mas isso não justifica a indisciplina em Alagoas nem em nenhum outro lugar do Brasil."
O presidente condenou as recentes manifestações policiais em alguns estados brasileiros, afirmando que elas não cabem em um país, que "já tem um grau de democracia e avanço como o Brasil".
FHC defendeu, como "uma solução mais consistente no conjunto da segurança" no país, uma maior participação do governo federal na questão das polícias estaduais.
"Embora isso não esteja afeto ao governo federal, é uma questão dos Estados, acho que chegou o momento do governo federal discutir com mais profundidade como ter uma polícia mais integrada", afirmou.
O presidente disse que é preciso discutir como o país pode ter uma polícia capaz de prestar serviços "sem assustar a população com uma disciplina mais rigorosa".
Fernando Henrique fez essas declarações ontem às 11h, depois de uma consulta de "rotina", segundo assessores, de meia hora, com seu oculista particular, Rubens Belfort, na rua Augusta (centro de São Paulo).
Em seguida, o presidente recebeu a visita de José Gregori, secretário nacional de Direitos Humanos, em seu apartamento na rua Maranhão, em Higienópolis (zona central de São Paulo), para um almoço informal (ver texto à pág. 1-6).
Às 14h30, FHC deixou seu apartamento para uma rápida visita à uma amiga, a cientista política, professora aposentada da USP (Universidade de São Paulo), Maria do Carmo Campello de Souza.
O presidente deixa São Paulo esta manhã, acompanhado pela primeira-dama, Ruth Cardoso, rumo a Vitória (ES).
Na capital capixaba, o presidente e Ruth embarcam no navio "Ceará", da Marinha brasileira, para uma viagem de 25h até o Rio de Janeiro, em companhia de estudantes e professores do programa "Universidade Solidária".

Texto Anterior: O saldo da violência nas manifestações dos policiais
Próximo Texto: Para general, conflito em Fortaleza foi uma 'loucura'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.