São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Para general, conflito em Fortaleza foi uma 'loucura'

WILLIAM FRANÇA; RENATA GIRALDI; SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA

Para general, conflito e Fortaleza foi uma 'loucura'
Reportagem Local
O general Alberto Cardoso, ministro-chefe da Casa Militar da Presidência da República, classificou de "insanidade" e "loucura" o confronto entre policiais militares no Ceará. Ele disse que o choque de ontem foi "uma situação imprevisível" causada pela "mistura de PM com sindicalista".
Segundo Cardoso, a atuação do Exército no Estado será "defensiva e determinada em coordenação com o governador do Estado (Tasso Jereissati-PSDB) para garantir os poderes constitucionais".
Cardoso deixou Brasília na tarde de ontem para uma reunião de emergência com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que estava em São Paulo.
Eles se reuniram por cerca de 15min. Na saída, Cardoso afirmou que iria ainda na noite de ontem para Fortaleza. Segundo ele, "para prestar solidariedade ao governador em nome do presidente".
"Esse foi mais um episódio dessa série de greves das PMs. A situação em Fortaleza se torna mais grave porque foi da PM contra a própria PM", afirmou Cardoso antes de deixar Brasília.
"Isso foge a todas as regras de disciplina, ordem e hierarquia que devem nortear as polícias militares", disse. "Tiroteio entre irmãos. Isso é uma loucura."
A surpresa quanto ao confronto, segundo o ministro, deveu-se ao fato de as reivindicações das PMs estarem sendo encaminhadas e discutidas pelo governo estadual.
"Uma revolta era uma situação latente. Deu uma virada!", afirmou Cardoso.
A causa dessa "virada", de acordo com Cardoso, foi o acirramento dos ânimos. "O problema é que nessas horas, quanto pior, melhor (para os manifestantes)", disse.
Segundo Cardoso, que coordena a Subsecretaria de Inteligência da Presidência (antigo Serviço Nacional de Informações), o Ceará é o último foco de insatisfação de policiais registrado até o momento.
No início da noite, Jereissati fez um novo pedido: que o Exército autorizasse o deslocamento de 250 homens para guardar o prédio da Secretaria da Segurança.
A expectativa do Exército é que hoje mais homens tenham que cumprir outras funções da polícia no Ceará.
(WILLIAM FRANÇA, RENATA GIRALDI e SILVANA QUAGLIO)

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