São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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Iris defende punição a policiais grevistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ministro Iris Rezende (Justiça) disse ontem à noite que, após o conflito envolvendo a Polícia Militar no Ceará, "chega-se à conclusão que as PMs precisam mesmo ser reestruturadas".Pela manhã, Iris havia dito que "as polícias militares já não são mais as mesmas". "Elas deixam de ser as mesmas quando desrespeitam a Constituição, que é expressa na proibição da greve de militares", afirmou, citando o parágrafo 5º do artigo 42 da Constituição, que proíbe a sindicalização e a greve de militares. Iris classificou o confronto em Fortaleza como um dos piores episódios na crise das PMs, iniciada no dia 24 do mês passado em Minas Gerais. "A reivindicação feita por um grupo armado não é reivindicação é coação. E não se deve permitir o poder ser coagido." "Estamos agora diante de um quadro mais grave do que aquele de quando foi criado o grupo que analisa as sugestões de mudanças nas PMs. Naquele momento (quando da denúncia de abuso policial em Diadema, SP) havia uma agressão a cidadãos. Agora, a sociedade e o Estado como um todo estão sendo agredidos", afirmou. Ele defendeu a adoção de punições aos grevistas por parte dos governadores. "A toda ação corresponde uma reação. Aqueles que correram o risco da greve, que se declararam em greve, sabiam do risco que corriam", disse. Segundo o ministro, "os governadores devem e vão aplicar a lei". "Isso é no sentido de preservar a instituição Polícia Militar, para o bem dos próprios militares que honram a instituição", afirmou. Disse que "não passa pela cabeça do presidente" conceder anistia a PMs eventualmente punidos pelos governadores. "Cabe aos governos estaduais a aplicação das sanções." Segundo ele, os governadores perderam a confiança nas PMs. "Os governadores hoje não dispensam a mesma confiança que até então dispensavam às instituições, porque hoje o governador sabe: como contar com a PM se, num determinado momento, para pressionar o governo, para liberar os seus salários, ela se declara em greve e deixa o Estado e o governo entregues à própria sorte?" Texto Anterior: Governo ameaça afastar chefes da polícia Próximo Texto: Governo estuda autonomia tributária Índice |
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