São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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PF investiga agente em venda ilegal

DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de o diretor-geral da PF, Vicente Chelotti, ter dito que o acusado de contrabando -o policial federal Hélcio Garcia- seria destituído de arma e carteira, isso só ocorrerá em dois ou três dias.
Antes, segundo o superintendente da PF no Rio, Jairo Kullmann, é preciso que o "Diário Oficial" publique a portaria abrindo o processo disciplinar contra Garcia.
Chelotti determinou abertura de processo disciplinar para afastar Garcia do cargo de agente da Delegacia de Polícia Fazendária.
Garcia negou ontem, em depoimento, fazer tráfico de armas.
Ele havia sido denunciado por Cesar Marques da Rocha Filho. Rocha Filho deixou-se gravar em vídeo pela Rede Globo quando comprava um fuzil de Garcia.
Garcia disse em depoimento que o fuzil era de um policial que já morreu.
O agente afirmou ter sido procurado por Rocha Filho por indicação de um empresário, conhecido dos dois.
Segundo Kullmann, o delegado Marcelo Bertolucci e os procuradores que acompanham o caso ainda decidirão se o autor da denúncia (Rocha Filho) será indiciado.
O indiciamento significa que a PF considera haver indícios de que o suspeito cometeu crime. Garcia desempenhará funções burocráticas até o caso ser esclarecido.
Kullmann disse que requisitará à Rede Globo as fitas originais da reportagem. Nelas, de acordo com o denunciante, mais policiais federais são citados.
O governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), afirmou que os policiais envolvidos na venda de armas serão punidos.
"Faremos tudo o que for necessário para afastar os policiais que tenham sido cooptados pelo crime", disse Alencar.
O ex-policial civil Marcos José Novaes dos Santos, também citado como vendedor de armas, não havia sido localizado pela polícia até o início da noite de ontem.
Chelotti disse ontem que a instituição irá investigar a rede de contrabando de armas que abastece os traficantes nos morros do Rio.
Por enquanto, Chelotti afirmou que as investigações serão concentradas no agente Hélcio Garcia.
Chelotti determinou que César Marques da Rocha Filho, autor das denúncias, receba segurança para depor contra o agente Garcia.
Prisão
Por ordem de Chelotti, o delegado responsável pelo inquérito, Marcelo Bertolucci, vai pedir a prisão do agente policial à Justiça.
Procuradores da República que acompanham o caso disseram que são contra a decretação da prisão do agente porque ele compareceu ontem para prestar depoimento ao delegado Bertolucci.
A apuração foi determinada pelo ministro da Justiça, Iris Rezende.
"A PF tem procurado trabalhar com zelo na busca da respeitabilidade junto à sociedade. Uma atitude irregular de um de seus integrantes não pode macular a instituição e, portanto, é preciso agir com rapidez", afirmou o ministro.

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