São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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São Paulo ressucita gatilho salarial

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo criou uma nova política salarial, com reajustes automáticos (gatilho), que será adotada a partir de agosto, visando contentar seus atletas para mantê-los satisfeitos no clube, a despeito do eventual assédio de outros times.
O plano começou com a revisão dos contratos de todos os atletas que firmaram compromisso com o clube antes de janeiro deste ano.
"Os salários estavam muito defasados", justificou o superintendente Ricardo Viveiros.
Os jogadores tiveram os ordenados reajustados, de acordo com uma tabela de quatro níveis, assinaram novos contratos com duração de três anos e receberam luvas (prêmio por renovação).
Os titulares estão na terceira faixa. A quarta faixa (teto do clube) inclui os jogadores de seleção, como Aristizábal, Denílson e Dodô.
Os jogadores poderão oscilar de faixa de acordo com o gatilho. Os menos abonados, por exemplo, terão aumento automático caso joguem seis partidas consecutivas ou 12 alternadas num campeonato.
Os mais valorizados terão reajuste após três convocações consecutivas ou seis alternadas para a seleção brasileira numa temporada.
O gatilho foi um procedimento muito utilizado por governos brasileiros na época em que o país registrava altos índices de inflação.
"Os atletas terão um reconhecimento automático da performance em campo", disse Viveiros.
Denílson
Com Denílson, o acerto é difícil. Cobiçado por clubes europeus, ganhando um salário de R$ 15 mil, com contrato até dezembro de 98, ele não parece disposto a aceitar a proposta do São Paulo e renovar com o clube até o ano 2000 por R$ 40 mil mensais e mais luvas.
"Não acho interessante esticar o acordo por mais tempo em troca de um pequeno reajuste. Queremos uma boa compensação", disse Luiz Viana, procurador do atleta. Na verdade, Viana entende que a saída de Denílson é iminente.
O Barcelona (Espanha), por meio do empresário Juan Figer, vai oficializar esta semana uma nova proposta pelo jogador.
Segundo a diretoria do clube espanhol, o São Paulo estaria exigindo US$ 35 milhões para liberar Denílson. O Barça oferece o meia Giovanni para amortizar o valor.
"É uma chance única. Seria a maior transação do futebol brasileiro, interessante para o São Paulo e para o Denílson", disse Viana.

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