São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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NY vê Segall "emigrado"
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
O objetivo do Museu Lasar Segall, de São Paulo, que organiza o evento, é introduzir a produção do artista ao público norte-americano. Para a mostra foi realizado um sistemático trabalho de pesquisa envolvendo historiadores de arte norte-americanos e brasileiros. Em vida, Segall realizou três exposições individuais nos EUA, duas em Nova York e uma em Washington. Depois de sua morte, contudo, suas obras só têm participado de exibições coletivas nos Estados Unidos. "Por Caminhadas Sempre Mais Distantes: As Emigrações Artísticas de Lasar Segall", nome da exposição, examinará questões como identidade cultural, emigração e identidade nacional na produção do artista, que se naturalizou brasileiro em 1926. "Devido às mudanças de Segall, o público terá a oportunidade de explorar o mito das rupturas artísticas em sua produção", diz Marcelo Araújo, diretor do Museu Lasar Segall. Participante de movimentos como o expressionismo alemão e o modernismo brasileiro, o artista terá 131 obras dos mais diferentes períodos expostas nos EUA. Judaísmo Apesar de ser considerado um camaleão cultural, devido às influências que sofreu ao morar em países como a Rússia, Alemanha e Brasil, alguns temas são bastante recorrentes na obra de Segall. É o caso, por exemplo, da transitoriedade da vida humana, da solidão e do judaísmo, um dos motivos pelos quais a exposição segue depois para o Museu Judaico de Nova York. Apesar de não ser religioso, Segall foi muito influenciado pela cultura judaica. Filho de um escriba da Tora, o artista passou sua infância no gueto judeu de Vilna, onde nasceu, marcado pela fé ortodoxa da comunidade. Em 1906, foi para a Alemanha estudar na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim. Na década de 20, saiu de Dresden, onde chegou a morar, mudando-se definitivamente para o Brasil. O Museu Smart e o Lasar Segall publicarão ainda um catálogo da exposição, em português e inglês, com um grande número de documentos fotográficos e um apêndice com a correspondência entre Segall e seus contemporâneos, como Wassily Kandinsky, Otto Dix e Lyonel Feininger. Texto Anterior: Os poemas-objetos da mostra de Tadeu Jungle Próximo Texto: Sony pode comprar linhas 234-5678 Índice |
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