São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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CPI aponta corrupção no governo Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um comitê legislativo palestino que investigou a malversação de fundos públicos pediu ao presidente Iasser Arafat que demita todo o seu gabinete e inicie o julgamento de ao menos dois ministros por irregularidades.
"O comitê recomenda que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) dissolva o gabinete e forme um novo com tecnocratas e pessoas qualificadas", disseram em comunicado os nove integrantes do Conselho Legislativo Palestino (Parlamento) que participaram da investigação.
Eles pediram que sejam julgados o ministro dos Assuntos Civis, Jamil al Tarifi, e o ministro do Planejamento, Nabil Chaath, um dos principais negociadores palestinos com Israel.
Chaath é acusado, entre outras irregularidades, de pagar suas contas de água e telefone com dinheiro dos cofres da ANP.
O comitê, cujo trabalho é igual ao das comissões parlamentares de inquérito do Brasil, recomendou também investigações sobre a atuação do ministro dos Transportes, Ali Qauasmeh.
O negociador palestino disse que as acusações são "mentiras". "É um manifestação dos que querem ser ministros", disse Chaath.
Tarifi negou as acusações e prometeu apresentar documentos em sua defesa. "Eu não tenho nada a esconder", afirmou o ministro.
Arafat, que se depara com crescentes denúncias de corrupção em seu governo, não se manifestou sobre as declarações do comitê parlamentar, instalado depois que, no início do ano, uma auditoria do governo revelou que cerca de US$ 326 milhões foram perdidos devido à malversação.
As acusações contra o gabinete palestino surgem um dia depois de Chaath e o chanceler israelense, David Levy, terem anunciado a retomada parcial das negociações de paz, paralisadas desde março.
Chaath disse, porém, que os principais temas do processo de paz para o Oriente Médio continuavam sem solução.
O acordo de anteontem entre os palestinos e israelenses foi atingido após Israel se mobilizar para proibir o início de novas casas para israelenses em Jerusalém oriental, área reivindicada pelos árabes.
Um empresário judeu norte-americano conseguira autorização na semana passada para a construção de 70 casas em Ras al Amoud, bairro árabe da cidade.

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