São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Repúdio; Preocupação; Esclarecimento; Debate inexistente; Boa oportunidade; Recesso prolongado

Repúdio
"Face ao constante em reportagem de 28/6, que enfocava a ocorrência de incêndios, provocados por balões, no Parque Nacional da Tijuca e da Serra dos Órgãos, e possíveis falhas na atuação do Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Segurança Pública, após colher todas as informações relativas ao fato, torna público o seu veemente repúdio pela forma irresponsável e maledicente com que a reportagem foi noticiada, uma vez que não corresponde à realidade dos acontecimentos.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro vem cumprindo as árduas missões que lhe têm sido confiadas em plena consonância com os princípios básicos estabelecidos na atual política de segurança pública baixada pelo governador deste Estado.
Deve-se ter em mente que a nobre missão dos profissionais de imprensa é proporcionar ao cidadão, por meio da informação verdadeira, subsídios para que este possa analisar e julgar corretamente os fatos.
Certamente a falta de profissionalismo e a incompetência não são características compatíveis com as tradições da Folha."
Nilton de Albuquerque Cerqueira, secretário de Estado de Segurança Pública (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do jornalista Sergio Torres - Os fatos narrados na reportagem foram relatados pelo tenente-coronel Robson de Simas Moraes, comandante do Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente do Corpo de Bombeiros. Por uma hora e meia, na manhã de 27 de junho, Moraes circulou pelo Parque Nacional da Tijuca acompanhado deste repórter e da repórter fotográfica Patrícia Santos. Ele mostrou a ação dos bombeiros no combate ao incêndio e, em extensa entrevista, reclamou da falta de material adequado para o ataque a incêndios florestais.

Preocupação
"Na qualidade de comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo, representando mais de 79 mil homens e mulheres, devo externar minha preocupação quanto ao artigo publicado em 29/7 pela Folha, de autoria de Clóvis Rossi e com o título 'A PM confessa inutilidade'.
Embora respeite a concepção externada pelo ilustre jornalista acerca das polícias militares do Brasil, devo contudo discordar das afirmativas ali veiculadas, particularmente de que essas corporações confessam 'inutilidade'.
Esclareço que a Polícia Militar de São Paulo, só no ano de 1996, atendeu aproximadamente 4,4 milhões de ocorrências policiais, em todo o Estado, certificado cabal de utilidade.
Talvez não seja do conhecimento do jornalista que o policial militar presente nas ruas desenvolve suas missões de polícia ostensiva representando não só o órgão de segurança do Estado contra as mazelas sociais, dissuadindo os ilícitos penais, mas também como primeiro, e às vezes o único, a amenizar as aflições dos menos favorecidos que outros órgãos do poder público deixaram de atender naquilo que deveriam.
Não se pode descuidar da necessidade sempre presente de aperfeiçoamento da atuação policial e posso assegurar o total empenho desta instituição nesse mister, aliás como há muito vem sendo realizado.
Infelizmente, a corporação, no trabalho incansável de proteger a sociedade, viu-se privada só no ano passado de 32 policiais militares mortos, 451 feridos em ação e 294 feridos por acidente.
Este breve relato é feito no sentido de que o jornalista conheça um pouco melhor a instituição que está mais próxima da sociedade do que qualquer outra e, talvez pelo tanto que dela se espera, recebe muitas críticas."
Claudionor Lisboa, coronel PM, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Esclarecimento
"A respeito da notícia veiculada na Folha de 25/7, intitulada 'Falha em válvula de Angra 1 desliga usina', de autoria de Roni Lima, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República gostaria de esclarecer que:
- a SAE/PR acompanha a segurança e o funcionamento da usina como Órgão Central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro;
- a parada realizada no último sábado era do conhecimento da secretaria e estava programada para fins de manutenção;
- o defeito na válvula não apresentava nenhum risco de vazamento de radioatividade para o meio ambiente e portanto não representava risco para a segurança da população;
- a determinação do período adequado para a parada da usina veio ao encontro da necessidade de atender a um cronograma de manutenção de usinas termoelétricas a ser cumprido durante o mês de agosto de 1997.
A partir dessa data é necessário que Angra 1 esteja funcionando com sua capacidade máxima de geração para suprir a demanda de energia do setor elétrico."
Alvaro Luiz Pinto, supervisor-geral de Programas Técnico-Científicos da Subsecretaria de Programas e Projetos, Secretaria de Assuntos Estratégicos, Presidência da República (Brasília, DF)

Debate inexistente
"Nota do 'Painel' de 21/7 dizia que o PT influenciou a decisão da corrente Articulação Sindical, indicando a manutenção de Vicentinho na presidência da CUT.
O Partido dos Trabalhadores esclarece que tal debate inexistiu em sua direção.
Respeitamos profundamente os companheiros João Vaccari Neto e Vicente Paulo da Silva e não nos cabe indicar nomes à direção da Central, pois por princípio sempre defendemos a liberdade e autonomia sindical."
Vera Gomes, secretária nacional de Comunicação do PT (São Paulo, SP)

Boa oportunidade
"Diante dos preocupantes acontecimentos envolvendo as polícias militares, os legisladores têm uma boa oportunidade para repensar e debater a conveniência da continuidade desses organismos com os seus atuais efetivos e estrutura."
José Avila da Rocha (São Paulo, SP)

Recesso prolongado
"Sobre a edição de 9/7: o que mais gostei foi o editorial 'Autodestruição', um título que não confere com a verdade parlamentar.
Os parlamentares jamais vão se autodestruir; são todos chupa-cabras do contribuinte. Faltou dizer que o Congresso Nacional só tem um jeito: entrar em recesso por 30 ou 50 anos.
A sugestão de tão prolongado recesso se baseia numa tese castrista: se tivemos 21 anos de ditadura com congresso (esse não merece maiúscula) funcionando, por que não podemos ter 30 anos de democracia sem Congresso?
Está faltando um Getúlio ou um Médici.
Pessoalmente, já me contentaria com um Figueiredo, que prende e arrebenta e adora cheiro de cavalos.
Quanto à reportagem sobre a UNE, foi um desperdício de espaço. Uma entidade tão espúria não merece tanto."
Wilson Gavinho Vianna (Maricá, RJ)

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