São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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Secretário da CUT critica governador

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Valdir Pereira, defendeu-se ontem da acusação do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), de que a central insuflou a violência. Imputou-lhe, ainda, a responsabilidade de "detonar indiretamente" o tiroteio ocorrido anteontem em Fortaleza.
Segundo Pereira, o tiroteio começou quando homens do Gate (Grupo Tático de Operações Especiais) entraram em ação.
"Nós fizemos uma passeata num percurso de 8 km e não houve um único tiro. Quando o Gate entrou na história, começou o tiroteio. Quem manda no Gate somos nós ou governador?", diz.
Exército
O governo do Ceará resolveu limitar a atuação de tropas do Exército à proteção do prédio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cidadania e do aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.
Segundo a assessoria de imprensa do governo cearense, a decisão foi tomada porque o governador Tasso Jereissati não reconhece a existência de greve na Policia Militar e considera desnecessário o reforço do Exército.
Ontem, apenas cem soldados do Exército foram mobilizados no policiamento desses locais.
Outros 1.500 homens da instituição ficaram de prontidão em quartéis de Fortaleza, Recife e Natal.
Dispensa
Pela manhã, o chefe da Casa Militar do governo federal, general Alberto Cardoso, chegou a anunciar a vinda a Fortaleza de 200 pára-quedistas do Exército, considerados a elite das Forças Armadas, para uma "eventual necessidade".
"Eles vão atuar aonde o governador precisar", disse Cardoso. À tarde, Jereissati dispensou o envio da tropa.
Os homens que garantiam a segurança do prédio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cidadania permaneceram em plantão de 24 horas, armados de fuzis, com as caras pintadas de preto e vestindo uniformes camuflados de combate. Até as 18h de ontem, não houve registro de incidentes envolvendo homens do Exército.

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